Muito se perde com o desmatamento: espécies de animais e plantas entram em extinção, doenças se espalham e a população tem sua sobrevivência ameaçada. As queimadas na Floresta Amazônica agravam o nível de emissões de gases que provocam efeito estufa. Além disso, os ciclos de chuva que dependem da Amazônia podem ficar comprometidos.
Conhecer para preservar. O Chile criou a Rota dos Parques da Patagônia, que agrupa 17 áreas protegidas ao longo de mais de 2.800 km. A ideia é promover o turismo para chamar a atenção para a importância da conversação da região.
Os parques protegem 11,5 milhões de hectares, o que dá três vezes o tamanho da Suíça. Depois de conhecer uma beleza dessas quem teria coragem de destruí-la?
Não adiantaram o parecer técnico de reprovação da Funai ou as ações do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública do Pará. O governo do Estado liberou ontem a licença de instalação do projeto de mineração de ouro da Belo Sun na Volta Grande do Xingu, o novo monstro que será construído próximo à barragem de Belo Monte.
É perigo demais para tamanha vista grossa sobre o impacto do empreendimento para indígenas, garimpeiros e famílias agroextrativistas da região. E a história de Belo Monte não é nada digna de uma continuação.
O presidente norte-americano Donald Trump continua passando como um rolo-compressor por cima do bom senso. A novidade agora é a sua disposição de extinguir a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, a mais combatente trincheira do país envolvida na luta contra as mudanças climáticas.
A ideia, que partiu de seus aliados, é fechá-la até o fim do ano que vem. Curiosamente, a agência foi criada por outro presidente republicano de triste lembrança, Richard Nixon, em 1970.
Já não se fazem nem mais conservadores como antigamente.
Nem sempre a realidade reflete nossas escolhas, mas diariamente temos a oportunidade de tomar pequenas decisões que, juntas, desenham o nosso futuro, e até mesmo o do planeta. Um recém-divulgado estudo da Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e Solidariedade (CIDSE), uma organização que congrega agências católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte, sugere medidas drásticas. Segundo o relatório A urgência climática: navegar para um novo paradigma, a produção e o consumo de energia respondem por 2/3 das emissões totais de gases do efeito estufa e 80% do CO₂. Caso a gente queira manter o aumento da temperatura média global em 1,5°C, será preciso banir o quanto antes os combustíveis fósseis e usar somente fontes de energia limpa. Já reduzir o consumo – e, por conseguinte, a conta da luz – também depende da gente.
Se fosse um país, o rebanho bovino brasileiro seria o 17º maior poluidor do mundo. O setor agropecuário é responsável por mais de 70% de nossas emissões. A CIDSE aposta que a agroecologia seria uma saída viável não só para diminuir emissões como também para alimentar o planeta. E isso não parece algo distante: a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calcula que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos vá para o lixo por ano, o que dá cerca de 30% do total produzido. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas aponta que a família brasileira joga fora em média 128 quilos de comida por ano. Os seja, o maior problema é o desperdício; outro assunto que pode começar a ser resolvido em casa.
O conceito “pegada de carbono” é usado para definir a quantidade total de emissões de uma pessoa, uma organização, um evento, uma cidade ou um país. Reduzir, reusar e reciclar são os três pilares da sustentabilidade que contribuem para diminuir a pegada de carbono de cada um. São pequenos atos do dia a dia: dar preferência ao transporte público ou usar biocombustível em seu automóvel; não desperdiçar água; e só comprar o necessário. Para facilitar, anote numa agenda, até se tornar um hábito.
Só a má gestão de resíduos, além de danos ambientais e climáticos (na produção e no descarte) gera um prejuízo de R$ 8 bilhões anuais ao país; levar uma vida mais sustentável pode dar lucro. A ambientalista Fernanda Cortez, criadora do movimento Menos 1 Lixo e Defensora da ONU na campanha Mares Limpos, consegue economizar um bom dinheiro enquanto faz a sua parte para ajudar a preservar o clima. Só em produtos de limpeza e de higiene pessoal, que ela mesma faz em casa, deixa de gastar R$ 2 mil por ano. O desenvolvimento sustentável doméstico é o futuro.