Da mula-sem-cabeça ninguém mais tem medo, mas há lendas que ainda insistem em assombrar o campo. Nos últimos dias, dois mitos rurais brasileiros foram ao solo: o de que há excesso de terra protegida no país e o de que sem agrotóxico não se produz alimento suficiente para saciar a fome do planeta. O primeiro, foi derrubado pelo recém-publicado Atlas da Agropecuária Brasileira, da Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora); o segundo, exorcizado por um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Mesmo assim, ainda há os que neles creiam e persistam em evocá-los. A informação é a nossa bala de prata.
Segundo o relatório da ONU, é possível alimentar as 9,6 bilhões de seres humanos que habitarão o planeta em 2050 sem o uso de agrotóxicos. O segredo está na redução da pobreza e da desigualdade. Além disso, estima-se que os pesticidas matem 200 mil pessoas por ano. O Brasil é o maior consumidor mundial do veneno, mas há quem ache pouco: o próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é autor do Projeto de Lei (PL) 6299/2002, que propõe a flexibilização da legislação sobre o uso de agrotóxicos. A sociedade civil, porém, já começa a reagir a essa insensatez: partiu dela o PL 6670/16, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara). A proposta prevê mais de cem medidas para limitar o uso de pesticidas e herbicidas e garantir um ambiente sadio para se produzir comida de qualidade.
A bancada ruralista briga no Congresso para fatiar a Amazônia e entregá-la ao agronegócio, mas a verdade é que tem terra suficiente no país para plantar e criar boi. O Atlas da Imaflora aponta que, em números absolutos, as áreas protegidas cobrem 27% do território nacional, enquanto as grandes propriedades ocupam 28%. É bem verdade que por lei o proprietário deve preservar a vegetação natural em parte de suas terras; por outro lado, o desmatamento em áreas protegidas vem crescendo – dobrou de 2012 para 2015. A devastação do verde, infelizmente, não é apenas um mito.
Ondas de calor com temperaturas cada vez mais altas e tempestades cada vez mais intensas. Segundo alerta da Organização Meteorológica Mundial, este deve ser o resultado da soma do El Niño com as mudanças climáticas. “Esse El Niño, que é um fenômeno natural, e a mudança climática, alimentada por humanos, vão interagir e modificar um ao outro de maneiras que nunca experimentamos” Michel Jarraud secretário-geral da OMM. Saiba mais: https://migre.me/s9zkp Que tal aproveitar o susto para tomar uma #AtitudePeloClima agora? https://www.atitudepeloclima.org Ainda podemos fazer a diferença!
Lideranças indígenas de todo o país se reúnem em Brasília, de 24 a 28 de abril, no Acampamento Terra Livre 2017 (ATL). Em pauta, os ataques que os direitos indígenas vêm sofrendo do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.
O ATL é organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib e pelos parceiros da Mobilização Nacional Indígena. Uma Gota no Oceano faz parte um grupo de organizações que apoiam a causa.
Não sei se vocês estão ligados, mas está vindo aí uma sexta extinção em massa. E não só apenas o reino animal está ameaçado, o vegetal segue a mesma direção. Isso vai influenciar diretamente no nosso cardápio e pode aumentar a fome e a desnutrição no mundo. Segundo um estudo da Biodiversity International, 22% das espécies de batatas devem entrar em extinção até 2055 devido às mudanças climáticas, por exemplo.
O cacau e o café também estão na lista. Como impedir isso? Investindo na biodiversidade agrícola. Quanto mais espécies, melhor para o nosso paladar e para o meio ambiente. Monocultura é que não dá pé.
Somos a primeira geração a sentir o efeito das mudanças climáticas e a última que pode fazer alguma coisa a respeito. A Conferência do Clima que vai acontecer em Paris é a oportunidade que temos de mudar para melhor. Assine a petição que exige medidas concretas para diminuir a emissão dos gases do efeito estufa: https://www.atitudepeloclima.org #AtitudePeloClima é participar das decisões que definem o nosso futuro.