A licença de operação da usina de Belo Monte, no Pará, foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Pela decisão da Justiça, o reservatório da hidrelétrica não poderá ser formado até que o sistema de saneamento básico de Altamira (PA) seja concluído.
Essa era uma condicionante da operação do projeto e deveria ter sido entregue em julho de 2014. Como várias outras, ficou ao léu.
Sem saneamento, a população local corre risco de contrair doenças nas águas que se elevam junto com o reservatório.
A suspensão não causa dano à economia, pois o linhão que transmitirá energia ao Sudeste não está pronto. É o praxe de Belo Monte, aliás.
Algoz de longa data do povo xinguano, a Norte Energia se vê agora inimiga de si mesma. Sua inação lhe esgota a própria energia. Será que o monstro olhará além do girar da turbina?
Você sabia que a pecuária é uma das maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa no Brasil?
E que a atividade ocupa 60% das áreas desmatadas da Amazônia?
O combate às mudanças climáticas passa, inevitavelmente, por técnicas mais modernas e sustentáveis de produção e, claro, pelo consumo mais consciente de carne.
Estão aposentando o coador e o meio ambiente é que está pagando o pato.
O café de cápsula pode ser mais prático, mas tem mandado pros lixões mais de 8 mil toneladas de detritos por ano só no Brasil.
Não é fácil reciclar as cápsulas, que são feitas de plástico, alumínio e papel. E ainda tem a borra.
As principais marcas que fabricam o produto prometem reciclagem total até 2020.
Enquanto isso não acontece, a cidade de Hamburgo, na Alemanha, tomou suas providências: proibiu o café em cápsula em prédios públicos.
Via UOL
Foto: Jornal GGN
Saiba mais: https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2016/06/1784370-a-espera-de-reciclagem-capsulas-de-cafe-sobrecarregam-aterros-sanitarios.shtml?cmpid=compfb
A primavera chega com uma boa notícia: segundo um estudo da Embrapa, a agrofloresta pode ser a salvação da lavoura para os insetos polinizadores, que, se nada for feito, serão extintos. Abelhas e borboletas estão sumindo por causa das mudanças climáticas, da destruição do meio ambiente, do uso indiscriminado de agrotóxico e da monocultura. E a agricultura sintrópica busca justamente ser autossustentável como a natureza – o que ajuda a equilibrar o clima, recupera áreas degradadas e dispensa o uso de venenos artificiais e tem a biodiversidade como base. O segredo do método desenvolvido no Brasil pelo agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch, é justamente a convivência harmônica entre floresta e lavoura, aliar produção, recuperação de áreas degradadas e preservação. É um sistema que se retroalimenta, como a própria natureza. Com ele, é possível produzir não apenas alimento, como também madeira de corte. Segundo o pesquisador da Embrapa Ricardo Camargo, as agroflorestas, por trabalharem com uma maior diversidade biológica, oferecem mais variedade de abrigos e alimentação, o que atrai e ajuda a manter populações maiores e mais diversas de abelhas.
Sem abelhas, diversas espécies vegetais também vão desaparecer – não só os que servem para a alimentação humana, como também para o gado. E, segundo um estudo de pesquisadores da Escola Politécnica, da Universidade de São Paulo (USP), as mudanças climáticas serão um fator decisivo concretizar este cenário catastrófico. Já segundo a Fundação Alemã para Animais Selvagens, o número de espécies de borboletas caiu pela metade nos últimos 30 anos só naquele país. A monocultura é uma das principais vilãs: os agrotóxicos, que reduzem a biodiversidade – matam não só insetos como também outros tipos de plantas. E segundo dois estudos publicados este ano na revista “Science”, pesticidas não apenas exterminam os insetos, como também prejudicam sua reprodução. As pesquisas foram feitas no Reino Unido, na Alemanha e na Hungria. Neste último país, o número de colônias do inseto caiu 24% em um ano.
Além da agrofloresta, outras atitudes de menor escala podem ajudar a salvar as abelhas. Em outro estudo da Embrapa, o biólogo Cristiano Menezes recomenda a criação de abelhas sem ferrão (como as jataís) nos centros urbanos. Segundo ele, é possível ter a sua própria colmeia em casa e, além de ajudar a preservar a espécie, produzir mel caseiro. Curitiba saiu na frente, inaugurando seu primeiro Jardim de Mel no Parque Barigui. Até o fim deste mês, serão instalados mais quatro. Para salvar as abelhas, cada gota conta.
Enquanto a exuberância da vegetação da Amazônia grita ao mundo a sua importância para o bem-estar do planeta, a beleza da flora do Cerrado é interior. Talvez por isso a gente não lhe dê a devida atenção. O segundo maior bioma brasileiro corre o risco de virar um imenso pasto ou lavoura de soja. E as consequências disso serão catastróficas.
O Cerrado é como uma floresta de cabeça para baixo: suas árvores têm raízes profundas, maiores do que as copas. Elas são responsáveis por absorver a água da chuva e depositá-la em reservas subterrâneas, os aquíferos. Na região, também nascem oito das 12 grandes bacias hidrográficas brasileiras. Se o atual índice de desmatamento permanecer até 2050, teremos a extinção de 1.140 espécies vegetais endêmicas do bioma. E aí a fonte vai secar.
A rapidez com que se está destruindo o Cerrado pode esgotar os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí, que abastecem torneiras de todas as regiões do país. Ou seja: o problema também é de quem mora nas grandes cidades. O estopim desse cenário apocalíptico é a fronteira agrícola do Matopiba, nome dado ao avanço da agropecuária num território de 400.000 km² espalhados por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
O bioma já perdeu 46% de sua flora nativa. A vegetação que chega com o gado e as monoculturas tem raízes curtas e é incapaz de cumprir o papel de acumular líquido. O Cerrado é a nossa caixa d’água. É hora de termos visão estratégica e olharmos além da próxima safra.
Sem Cerrado não tem água. E sem água não tem vida.