#SomosTodosQuilombolas

#SomosTodosQuilombolas

O governo avança vorazmente sobre os nossos direitos, sem distinção: sejam trabalhadores da cidade ou do campo, sejam os povos tradicionais, estamos todos sendo prejudicados. E os ataques vêm do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Por isso, é importante que estejamos unidos. A causa deles deve ser nossa também. Quilombolas são brasileiros como nós. Somos todos quilombolas! Assine a nossa petição!

Ficha técnica:

Argumento: Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ)
Elenco: Ícaro Silva e Letícia Colin
Roteiro: Letícia Leite (Instituto Socioambiental – ISA)
Direção: Maria Paula Fernandes (Uma Gota No Oceano)
Edição: Bruno Marques e Eduardo Souza Lima (Uma Gota No Oceano)
Diretor de fotografia: Guga Dannemann
Assistente de áudio: Vitor Aguiar
Produção: Bruno Marques (Uma Gota No Oceano)
Agradecimento especial: Mabel Arthou

Os 30 anos da Constituição Verde

Os 30 anos da Constituição Verde

Em 5 de outubro de 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal do Brasil. Meus pais não eram casados e eu nem pensava em nascer. Desde fevereiro de 1987, 72 senadores e 487 deputados federais trabalhavam intensamente, em parceria com a sociedade, para elaborar nossa nova Carta Magna. Quando a Constituição Cidadã nasceu, o país mal tinha saído de 21 anos de uma ditadura militar e, por isso, se tornou o principal símbolo do processo de redemocratização nacional. Ela assegura nossa liberdade e os direitos dos cidadãos, incluindo os povos indígenas e quilombolas.

O Artigo 231 deixa claro que “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. E a Carta também garante os territórios, usos e costumes dos povos indígenas, além das áreas ocupadas por descendentes de quilombolas, reconhecendo a pluralidade étnica e cultural do Brasil e, por isso, ela é considerada um marco. E não custa lembrar que esses povos tradicionais estavam no Brasil lutando pelo direito de serem reconhecidos e terem suas terras demarcadas muito antes de você e eu estarmos por aqui. 

Também conhecida como Constituição Verde, ela também protege nossas florestas, rios e mares, ao reconhecer o Meio Ambiente como um direito fundamental do povo brasileiro. O Artigo 225 diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Nesta semana em que a Constituição completa 30 anos teremos as eleições gerais, vamos eleger os novos congressistas e também o ou a presidente da República. E eu fico pensando que, felizmente, não presenciei a ditadura, mas a estudei e foi o suficiente para me causar pavor e saber que não seria este o país que eu desejaria para o meu futuro.

Tenho 25 anos, sou recém-formado em jornalismo e trabalho em uma ONG que lida com questões socioambientais. Neste contato direto com povos indígenas e quilombolas, vejo o quanto ainda precisamos caminhar para garantir na prática tudo o que está escrito na nossa Constituição. Sei que é um processo difícil e que demanda tempo. Mas devemos reconhecer a importância da nossa Carta Magna. Ela deve ser preservada. É por isso que vim aqui deixar meu recado e lembrar que precisamos estar conscientes de que nosso voto é o motor que vai impulsionar nosso país pra frente.

Bruno Marques,

jornalista das redes sociais da Uma Gota no Oceano.

 

O campo à mercê da intoxicação aguda por agrotóxicos

O campo à mercê da intoxicação aguda por agrotóxicos

O veneno bate à porta. A Human Rights Watch divulgou hoje (20/7) um estudo que registra casos de intoxicação aguda por agrotóxicos em sete comunidades rurais, entre elas quilombolas e indígenas, de sete estados do Brasil.

Para a pesquisa, 73 pessoas foram entrevistadas. Entre os sintomas relatados estão vômito, diarreia, dormência, irritação nos olhos, dor de cabeça e tontura.

Moradores de cinco das sete localidades também dizem que chegaram a ser ameaçados de morte, caso denunciassem os casos. Há escolas que foram atingidas por agrotóxicos pulverizados por aviões. Em nome de que jogam veneno sobre nossas crianças?

Via G1

Foto: Marizilda Cruppe/Human Rights Watch

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Quilombolas vencem a Vale

Quilombolas vencem a Vale

Uma notícia e três lembretes: a Vale foi condenada por danos ambientais no quilombo de Jambuaçu, em Moju (PA). O que precisamos nos lembrar: fevereiro está aí e no dia 8 os quilombolas vão enfrentar um julgamento decisivo no STF, e que neste início de ano a pressão pelas aprovações da nova lei de mineração e da que flexibiliza o licenciamento ambiental será grande.

E a principal lembrança: se os quilombolas de Jambuaçu derrotaram a Vale, não há luta que não possamos vencer. Nenhum direito a menos!

Via DW Brasil

Foto: Agência Vale

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Conquistas e desafios

Conquistas e desafios

O ano que passou foi tão disputado no campo socioambiental que teve prorrogação: muitas decisões importantes ficaram para 2018. Empenhamos tanto esforço que até esquecemos de agradecer a todos que estiveram do nosso lado até o apito final – seja traçando a estratégia do jogo, dando chutão para escanteio ou partindo para o contra-ataque. E também de celebrar as novas parcerias firmadas: seguindo com o jargão futebolístico, podemos dizer que foram reforços de peso. E nada como celebrar vitórias e demonstrar gratidão para ganharmos novos fôlego e entusiasmo para os muitos desafios que temos à frente.

“Salve o verde do Xingu, a esperança/A semente do amanhã, herança/O clamor da natureza a nossa voz vai ecoar/Preservar!”: começamos o ano no compasso do samba desfilando a causa indígena na Avenida com a Imperatriz Leopoldinense, do carnavalesco Cahê Rodrigues, e os povos da floresta representados por lideranças como os caciques Raoni e Megaron, o pajé Sapaim e Sonia Bone Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), parceira de tantas lutas; a guerreira Antonia Melo, do movimento Xingu Vivo; o documentarista Todd Southgate, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a International Rivers. Depois se juntaram ao bloco as atrizes Gloria e Cleo Pires, e Antonia Moares, na campanha Mexeu Com o Índio Mexeu Com o Clima; indígenas de outros países latino-americanos que vieram participar, pela primeira vez, do Acampamento Terra Livre; e o diretor Luiz Fernando Carvalho, com quem estamos desenhando uma nova jornada, junto à Operação Amazônia Nativa (Opan) e aos povos da Bacia do Juruena. Muitas gotas de suor.

Depois, entramos para valer no campo dos direitos dos povos quilombolas, convocados pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Nessa peleja, estiveram conosco na linha de frente os jovens atores Ícaro Silva, Letícia Colin, Sophia Abrahão e Sérgio Malheiros, e nossos velhos parceiros do Instituto Socioambiental (ISA); e garantindo a retaguarda, as mais de 100 mil pessoas que assinaram a petição Nenhum Quilombo a Menos e compartilharam nossos vídeos de campanha.
A bola já está rolando em 2018. Quem ainda não se juntou ao time, pode escolher a camisa, pois desafios não vão faltar e toda ajuda é bem-vinda. Nosso grito de guerra é o mesmo: nenhum direito a menos!

Neste ano, a véspera do Carnaval já nos reserva um desafio: dia 8 de fevereiro será retomado no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento mais importante da história dos quilombolas. É hora recuperar forças lembrando que quando o caso voltou a ser julgado primeira vez, em agosto, a luta dos descendentes de africanos escravizados no Brasil ainda não era tão conhecida; hoje, é até tema de novela da Globo. Ou seja, em 2018 a equipe está muito bem reforçada.

A Conaq puxou o coro: quilombo preserva, nenhum quilombo a menos! Só não entendeu quem não quis que, assim como acontece com os povos indígenas, a causa não era só deles, mas de todo mundo. Quilombo é a História do Brasil viva e garantia de terra preservada. Vamos ganhar essa primeira briga para reforçar ainda mais os nossos laços para as próximas. Em jogo desta vez, no time rival, está o velho fantasma do “marco temporal”, que há anos assombra os indígenas. No ano passado, os dois povos se aliaram em torno de uma causa comum; está na hora de botar esses times e torcidas mistas em campo novamente. Demarcação, já!

Mexeu com o índio e com o quilombola, mexeu com o clima. Ainda não inventaram jogada melhor do que a demarcação de terras dos povos tradicionais para a preservação das matas. E as florestas ajudam a regular a temperatura no planeta. Em 2017, demos um passo além noutra velha parceria e nos tornamos membros do Observatório do Clima.  Essa troca de passes nos fornece um repertório de informações que será fundamental para traçarmos nossa estratégia para a nova temporada. Bola pro mato (sempre!) que o jogo é de campeonato.

Saiba mais:

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Nós somos a terra

Não há lugar para Pinzóns no novo mundo

Ainda há quem nos meça em arrobas

Nenhum quilombo a menos

 

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