julho 2020 | Desenvolvimento Sustentável
Como será o futuro das cidades no mundo pós-pandemia? O conselheiro de Uma Gota No Oceano Miguel Pinto Guimarães conversa sobre novos conceitos de planejamento urbano com o jornalista André Trigueiro.
Muitos desafios das cidades de nosso tempo têm sua origem em tentativas passadas de fazer dos centros urbanos lugares mais sadios e funcionais. Desta vez, temos de inventar soluções melhores. Vamos pensar juntos sobre novos rumos de um “novo normal”?
#CadaGotaConta! #covid19 #coronavírus #andretrigueiro #AlfredoSirkis #cidadesesoluções
julho 2020 | Desenvolvimento Sustentável
Quais são os caminhos para uma economia mais democrática? Nosso conselheiro Miguel Pinto Guimarães conversa sobre os possíveis rumos com o economista Armínio Fraga. Uma conversa para discutir os rumos para uma sociedade mais justa e o papel do terceiro setor na falta de ações do Estado também pautam a conversa. Em um momento de crise econômica e sanitária, somada a atmosfera de polarização exacerbada, e os diálogos sobre possíveis rumos para o Brasil é fundamental para reaver a esperança em um país melhor. #CadaGotaConta!
#ArmínioFraga #EconomiaSocial
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junho 2020 | Mudanças Climáticas
Deu praia de novo na Sibéria; ou seja, o tempo fechou de vez. Já chegou a fazer 68 abaixo de zero em Verkhoyansk, onde os termômetros marcaram 38°C no último sábado (20/6). Um recorde medonho. Tipo neve no sertão. A cidade russa, que fica dentro do Círculo Polar Ártico, vem registrando temperaturas médias de 10°C a 14°C acima do normal para esta época do ano. O ano de 2020 caminha para ser o segundo mais quente da história, ficando atrás somente de 2016 – mas naquele ano teve El Niño para botar lenha na fogueira e este ano ele não deu as caras. América do Sul, a Ásia e a Europa tiveram o período de janeiro a maio mais quente de suas histórias. A Itália tenta salvar a geleira Presena, onde funciona uma movimentada estação de esqui, cobrindo-a com um lençol térmico de 100 mil m². Ela já perdeu mais de 1/3 de seu volume desde 1993. A medida desesperada revela que, em vez de tomarmos medidas realmente eficazes contra as mudanças climáticas, temos enxugando gelo. Daqui a pouco chegamos ao ponto de escolher entre a frigideira e o fogo.
Enquanto penam no Hemisfério Norte, aqui no Sul temos vivido tempos brandos, de temperaturas amenas. Não fosse o coronavírus, uma praga global, nem nos lembraríamos que dividimos o mesmo planeta. Mas esta situação, relativamente confortável, tende a esquentar em breve. Mesmo que o Brasil não sofresse as consequências diretas do desequilíbrio climático e ainda que este não trouxesse o risco da explosão de novas pandemias, o seu bolso doeria, e muito. Ninguém quer pagar sozinho o preço da luta contra as mudanças climáticas.
O país já havia levado uma prensa federal quando o desmatamento disparou no início dos anos 2000. O movimento resultou na criação, em 2006, da chamada moratória da soja. Graças ao pacto, firmado entre governos, agronegócio e organizações ambientais, deixou-se de comercializar soja produzida em regiões desmatadas. Este ano já ganhamos nosso primeiro cartão vermelho: em maio, o Banco Central da Noruega excluiu a mineradora Vale e a estatal de energia Eletrobras do maior fundo soberano do mundo, por violações de direitos humanos e danos ambientais.
Nesta segunda-feira (22/6), os últimos e alarmantes dados sobre desmatamento na floresta amazônica levou um grupo de investidores internacionais, que administra US$ 3,75 trilhões, a enviar uma carta aberta a embaixadas brasileiras em oito países. O documento, assinado por 29 investidores institucionais de Noruega, Suécia, Dinamarca, Reino Unido, França, Holanda, Japão, EUA e Brasil fala, sem papas na língua, em “desmantelamento de políticas ambientais e de direitos humanos” e vai além: “É com grande preocupação que observamos a tendência de crescimento do desmatamento no Brasil. (…) Estamos preocupados com o impacto financeiro que o desmatamento e a violação dos direitos de povos indígenas podem ter sobre nossos clientes e companhias investidas, por potencialmente elevarem os riscos de reputação, operacional e regulatório”.
Ninguém quer ficar com nota vermelha no boletim do tempo. O economês vai ganhar novos termos e palavras e a política ambiental do governo não se enquadra nesse novo vocabulário. Se a boiada passar, como quer o ministro do Meio Ambiente, a gente corre o risco de não vender nem mais um boi sequer.
#MudançasClimáticas #CriseClimática #MeioAmbiente #Desmatamento #Amazônia #UmaGotaNoOceano #CadaGotaConta
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Cidade da Sibéria, no Circulo Polar Ártico, registra 38°C no fim de semana
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maio 2020 | Desenvolvimento Sustentável
Assista ao bate-papo do arquiteto e conselheiro de Uma Gota No Oceano, Miguel Pinto Guimarães, com a ambientalista Marina Silva. Ela fala sobre o tema “Economia verde para sair do vermelho”, as cadeias de produção e de pesquisa em biotecnologia da Amazônia, o respeito aos direitos dos povos tradicionais e o New Deal.
#Live #MarinaSilva #CadaGotaConta
maio 2020 | Desenvolvimento Sustentável
O escritor Ariano Suassuna costumava dizer que “o otimista é um tolo e o pessimista, um chato; então, prefiro ser realista”. Não carregar nas tintas ajuda a enxergar mais claramente e isso pode ser decisivo em momentos de crise. O novo coronavírus pegou o mundo num momento especialmente delicado, marcado por disputas políticas que põem a própria ciência em dúvida, graves crises sociais e econômicas, e o avanço sem trégua das mudanças climáticas. À primeira vista, a perspectiva do mundo pós Covid-19 é sombria. Mas é possível sonhar um futuro melhor mesmo sem apelar para o otimismo: quando a gente enxerga com clareza, escolhe os melhores caminhos para concretizá-lo.
“Siga o dinheiro”. A frase popularizada pelo filme “Todos os homens do presidente” aponta algumas pistas. A atual crise do petróleo não parece ser apenas uma crisezinha, ela pode decretar a aposentadoria dos combustíveis fósseis antes mesmo do que imaginávamos. Um sinal: o Fundo Rockefeller Family anunciou, no último dia 22, que abandonará seus investimentos no setor. É uma notícia emblemática, já que a fortuna da família nasceu, há um século, com a companhia petrolífera Standard Oil. A instituição também decidiu retirar seu dinheiro da Exxon Mobil Corp, alegando que a empresa enganou a população sobre os riscos do desequilíbrio climático. Ainda que seja somente uma preocupação com a imagem da marca, a decisão quebra uma antiga tradição e aponta um desvio de rota relevante.
Agora uma evidência: o último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), o “Global Energy Review 2020”, indica que a demanda global de energia em 2020 deverá cair 6%. Este tombo é sete vezes maior do que o registrado depois da crise financeira de 2008/2009. Ele equivale a toda a demanda anual de energia da Índia – ou o que consomem juntos o Reino Unido, França, Alemanha e Itália em um ano. “Este é um choque histórico para todo o mundo da energia”, afirmou Fatih Birol, diretor executivo da entidade. “Em meio às crises econômicas e de saúde, incomparáveis, de hoje, a queda na demanda por quase todos os principais combustíveis é impressionante, especialmente para carvão, petróleo e gás”, disse ainda Birol.
O levantamento da AIE aponta também que quem vem segurando as pontas são as fontes de energia renováveis – à frente, a solar e a eólica que, somadas, já têm capacidade instalada maior do que as hidrelétricas. Cada vez mais baratas, elas devem crescer 5% este ano e podem atropelar. E em tempos de pandemia, a adoção em massa do transporte coletivo movido a eletricidade ganha mais uma recomendação: “Além de ser mais solução limpa e barata para o transporte, essa energia vai reduzir os gastos com o já sobrecarregado sistema de saúde, afinal, a poluição reduz pelo menos três anos de vida das pessoas nas grandes cidades”, atestou Carlos Nobre, presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. A pandemia deve causar uma redução de 8% nas emissões de CO₂ – seis vezes maior que a de 2009. Não é o suficiente para manter a temperatura do planeta estável; além disso, outro efeito colateral das mudanças climáticas é o surgimento de novas doenças – ou a volta de antigas, como a febre amarela urbana. Mas é uma prova de que é possível reduzir emissões rapidamente.
Em seu recente livro, “O amanhã não está à venda”, Ailton Krenak fez um alerta: “Quem está apenas adiando compromissos, como se tudo fosse voltar ao normal, está vivendo no passado. O futuro é aqui e agora, pode não haver ano que vem”. Ou como disse a autora de “Economia donuts”, a economista e pesquisadora do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford, Kate Raworth, “quando, de repente, temos que nos preocupar com clima, saúde, empregos, moradias e cuidados com a comunidade, existe uma necessidade (…) Não é apenas uma ideia alternativa do mundo”. Não há escolha: passada a pandemia vamos precisar mudar a forma como nos relacionamos com a Terra. E não só em escala planetária: quem nestes dias de isolamento ainda não refletiu sobre o que é essencial e o que é supérfluo para si?
Pequenas mudanças de comportamento podem se tornar hábitos saudáveis – para você e para o mundo. Uma transformação está em curso e ela é tocada por iniciativas individuais ou comunitárias. Curiosamente, o isolamento social pode nos aproximar: laços de solidariedade e de confiança precisam ser formados ou reforçados. No Brasil inteiro, pequenos produtores rurais e artesãos têm se associado para fazer seus produtos chegarem diretamente ao consumidor – que também está se unindo em grupos de compra. Gotinhas que se reagrupam para formar um novo oceano.
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