outubro 2016 | Amazonas, Direitos indígenas
A área desmatada dentro de Terras Indígenas (TIs) na Amazônia nos dez meses deste ano já é quase o triplo do registrado em 2015 inteiro.
Desde janeiro, foram desflorestados 188 km² nesses territórios. Ao longo de todo o ano passado, esse número foi de 67 km².
Os dados foram apresentados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) a partir de uma análise preliminar de imagens de satélite.
Há, portanto, uma pequena margem de erro.
Nada que torne essa notícia menos pavorosa.
Precisamos assumir já o compromisso com o desmatamento zero!
Via: Instituto Socioambiental – ISA
Foto: AP
Saiba mais: https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/desmatamento-em-terras-indigenas-na-amazonia-ja-e-o-triplo-do-registrado-em-2015
janeiro 2018 | Alternativas Energéticas
Dinheiro não é capim, terra tem fim e comida não cai do céu. Uma das principais justificativas para o desmatamento – não somente no Brasil, mas no mundo inteiro – é a de que é preciso abrir mais espaço para plantar e criar gado para alimentar a população que só cresce. Se deixarmos as motosserras e os tratores de lado, e usarmos uma calculadora, porém, vamos ver que esses números não batem. Do campo ao prato, o roteiro inclui mau aproveitamento ou uso inapropriado da terra, problemas com armazenamento e transporte, quantidades obscenas de alimentos em bom estado que vão para o lixo e a falta de planejamento. Em uma palavra: desperdício – de recursos naturais, financeiros e humanos.
Vamos começar pela quantidade de comida que é jogada fora. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 1,3 bilhão de toneladas – ou um terço de todos os alimentos produzidos no planeta anualmente – vão para o lixo. Com apenas um quarto do que é desperdiçado hoje, seria possível alimentar 870 milhões de famintos e acabar com a fome no mundo. No Brasil, contando apenas os supermercados, todos os anos vão para o lixo R$ 7,1 bilhões em comida – cifra equivalente ao faturamento anual do Grupo Pão de Açúcar.
Em nosso país, o desperdício também acontece bem antes das prateleiras. Por séculos, as dimensões e abundância de terras parecem ter afrouxado a preocupação com um uso mais eficiente – e sustentável – do solo. Uma navegada na área de cobertura e uso do solo do recém atualizado site MapBiomas dá a dimensão exata do quanto do território nacional é ocupado, por exemplo, com pastos (150.117.868,30 hectares) e sua proporção em relação, por exemplo, à área preenchida por “formações florestais” (430.775.866,56 hectares). Grande extensão, porém, não representa grande produção. Na Amazônia, nada menos que 65% do desmatamento tem como objetivo ampliar as atividades pecuárias. Mas iniciativas como os da Pecuária Sustentável da Amazônia (Pecsa), mostram que desmatar para ampliar a pastagem é um mau negócio, e dá para produzir mais, melhor e com maior rentabilidade de forma sustentável.
Pastos na Amazônia costumam se esgotar em poucos anos e, depois disso, são simplesmente abandonados por pecuaristas que partem para abrir novas clareiras. Esse é o principal motivo para que, a despeito de vir crescendo muito na região, a soja seja responsável por apenas 1,2% do desmatamento na região. Não por acaso, pastos exauridos são ocupados justamente por essa cultura que está submetida a uma moratória – que veta o financiamento e a aquisição da soja cultivada em áreas desmatadas do bioma Amazônia a partir de julho de 2008. O boi desmatou, a soja ocupa. Em 2017, houve a maior ocupação em cinco anos.
Como outras commodities, porém, a soja está muito mais presente no prato da balança comercial do que sobre a mesa dos brasileiros: das 115 milhões de toneladas colhidas em 2017, 78% foram para a China. Segundo o IBGE, 70% dos alimentos consumidos no país vêm da agricultura familiar, e a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário informa que temos 4,4 milhões de agricultores familiares, responsáveis por 38% da produção agropecuária brasileira e por empregar 74% da força de trabalho. O agronegócio é dominado pela monocultura extensiva de poucos produtos, usa muitas máquinas e insumos químicos, tem foco no mercado externo e recebe crédito maciço do governo, enquanto a agricultura familiar é dedicada à policultura e à produção de alimentos, emprega mais gente e não é tratada com a mesma generosidade pelo Estado.
Quando falamos em fome no mundo, soluções relacionadas a esta segunda forma de produção – como, por exemplo, a permacultura – se mostram não somente mais baratas, como sustentáveis em termos socioambientais, não somente na agricultura, mas também em outras formas de se produzir alimentos. No fundo, é tudo uma questão de definir prioridades – e de não deixar comida no prato.
Saiba mais:
Desmatamento no cerrado é economicamente irracional
Receita para reduzir perda e desperdício de alimentos
Food loss waste protocol (Relatório de perda de alimentos para o lixo)
R$ 7 bilhões em comida jogados no lixo
Lei que proíbe jogar alimentos fora vira exemplo mundial
Pecuária é responsável por 65% do desmatamento da Amazônia
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Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?
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Permacultura, um cultivo sustentável e lucrativo (vídeo)
janeiro 2018 | Agronegócio
Antes de desmatar, vamos botar na ponta do lápis quanto realmente precisa de pasto e de plantação? Porque o desperdício de comida no Brasil é grande. Só os supermercados perdem R$ 7,1 bilhões por ano com comida jogada no lixo.
Isso equivale ao faturamento anual de uma grande rede, como o grupo Pão de Açúcar. Se o desperdício é um mau negócio para eles, imaginem para o planeta?
Via Valor Econômico
Foto: Waste360
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dezembro 2017 | Amazonas, Amazônia, Desmatamento
Nem as melhores bênçãos garantem a preservação. Uma reserva florestal de 39 mil hectares, criada com o apoio da freira americana Dorothy Stang, foi invadida há um mês por cerca de 200 famílias e está sendo rapidamente desmatada. A missionária foi assassinada há 12 anos justamente por sua militância em defesa da preservação da Amazônia.
A reserva fica no município de Anapu, sudoeste do Pará. Chamada Projeto do Desenvolvimento Sustentável Virola-Jatobá, ela pertence à União e tem como objetivo a exploração recursos da floresta de maneira sustentável, tanto para o meio ambiente quanto para as famílias da região, que dela tiram o seu sustento. A polícia suspeita que os invasores sejam grileiros. Nada mais é sagrado.
Via BBC Brasil
Foto: Catholic Ecology
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junho 2016 | Desmatamento
Do lado de cá do Atlântico quem vem dando bons exemplos é a Costa Rica.
Segundo o Banco Mundial, o país a primeira nação tropical a reverter desmatamento.
Depois de décadas dizimando o seu verde, os costarriquenhos começaram, nos anos 1980, uma série de políticas de proteção ao ambiente que vem gerando frutos.
Em 1983, as florestas cobriam apenas 26% do país, enquanto hoje a ultrapassa os 50%.
Uma vitória do bom senso.
Via Pensamento Verde
Foto: humsms
Saiba mais: https://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/costa-rica-e-primeira-nacao-tropical-reverter-desmatamento-aponta-banco-mundial/