Descarboniza, Brasil!

Descarboniza, Brasil!

Como o Brasil pode chegar mais limpo, saudável e sustentável à metade do século?

O Observatório do Clima e o Museu do Amanhã, com o apoio da Fundação Roberto Marinho e do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), apresentam algumas propostas no 4º Seminário Nacional Sobre Emissões de Gases do Efeito Estufa – Como Descarbonizar o Brasil até 2050, que acontece no dia 27 (quinta-feira), de 9h às 13:30h.

Participe: https://observatoriodoclima.eco.br/seeg01.html

Um Acre a mais e mais veneno

Um Acre a mais e mais veneno

Mais terra, menos gente e mais veneno. Segundo o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, em 11 anos a área ocupada por propriedades rurais no Brasil cresceu 16,5 milhões de hectares, o equivalente ao estado do Acre. Mas isso não significou mais geração de empregos: com a mecanização da produção, 1,5 milhão de trabalhadores deixaram o campo.

Para piorar, também aumentou a concentração de posse: eram 5,17 milhões de propriedades em 2006 e 5,07 milhões em 2017. Essas terras ocupam 41% da área do Brasil. Neste período, o uso de agrotóxicos aumentou 21,2%, como tabém cresceu o número de agricultores que os usam. E ainda querem nos convencer a derrubar mais floresta e que a gente engula a PL do Veneno. Em nome de quê?

Via G1 e Jornal do Brasil

Foto: StartAgro

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Boas novas de Davos para o Cerrado

Boas novas de Davos para o Cerrado

De Davos para o Cerrado: mais empresas multinacionais se comprometeram no Fórum Econômico Mundial a combaterem o desmatamento do segundo maior bioma brasileiro. Agora são 61, nomes de peso como McDonalds, Unilever e Walmart.

Entre 2013 e 2015, o Brasil perdeu em Cerrado o equivalente uma cidade de São Paulo a cada dois meses. Ele está desaparecendo para dar lugar à soja. Trocamos um ecossistema que responde por 5% da biodiversidade do planeta por um tapete verde estéril.

Via O Eco

Foto: André Dib

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Para onde estávamos olhando?

Para onde estávamos olhando?

A área desmatada dentro de Terras Indígenas (TIs) na Amazônia nos dez meses deste ano já é quase o triplo do registrado em 2015 inteiro.
Desde janeiro, foram desflorestados 188 km² nesses territórios. Ao longo de todo o ano passado, esse número foi de 67 km².
Os dados foram apresentados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) a partir de uma análise preliminar de imagens de satélite.
Há, portanto, uma pequena margem de erro.
Nada que torne essa notícia menos pavorosa.
Precisamos assumir já o compromisso com o desmatamento zero!
Via: Instituto Socioambiental – ISA
Foto: AP
Saiba mais: https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/desmatamento-em-terras-indigenas-na-amazonia-ja-e-o-triplo-do-registrado-em-2015

Mais comida, menos desmatamento

Mais comida, menos desmatamento

Dinheiro não é capim, terra tem fim e comida não cai do céu. Uma das principais justificativas para o desmatamento – não somente no Brasil, mas no mundo inteiro – é a de que é preciso abrir mais espaço para plantar e criar gado para alimentar a população que só cresce. Se deixarmos as motosserras e os tratores de lado, e usarmos uma calculadora, porém, vamos ver que esses números não batem. Do campo ao prato, o roteiro inclui mau aproveitamento ou uso inapropriado da terra, problemas com armazenamento e transporte, quantidades obscenas de alimentos em bom estado que vão para o lixo e a falta de planejamento. Em uma palavra: desperdício – de recursos naturais, financeiros e humanos.

Vamos começar pela quantidade de comida que é jogada fora. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de 1,3 bilhão de toneladas – ou um terço de todos os alimentos produzidos no planeta anualmente – vão para o lixo. Com apenas um quarto do que é desperdiçado hoje, seria possível alimentar 870 milhões de famintos e acabar com a fome no mundo. No Brasil, contando apenas os supermercados, todos os anos vão para o lixo R$ 7,1 bilhões em comida – cifra equivalente ao faturamento anual do Grupo Pão de Açúcar.

Em nosso país, o desperdício também acontece bem antes das prateleiras. Por séculos, as dimensões e abundância de terras parecem ter afrouxado a preocupação com um uso mais eficiente – e sustentável – do solo. Uma navegada na área de cobertura e uso do solo do recém atualizado site MapBiomas dá a dimensão exata do quanto do território nacional é ocupado, por exemplo, com pastos (150.117.868,30 hectares) e sua proporção em relação, por exemplo, à área preenchida por “formações florestais” (430.775.866,56 hectares). Grande extensão, porém, não representa grande produção. Na Amazônia, nada menos que 65% do desmatamento tem como objetivo ampliar as atividades pecuárias. Mas iniciativas como os da Pecuária Sustentável da Amazônia (Pecsa), mostram que desmatar para ampliar a pastagem é um mau negócio, e dá para produzir mais, melhor e com maior rentabilidade de forma sustentável.

Pastos na Amazônia costumam se esgotar em poucos anos e, depois disso, são simplesmente abandonados por pecuaristas que partem para abrir novas clareiras. Esse é o principal motivo para que, a despeito de vir crescendo muito na região, a soja seja responsável por apenas 1,2% do desmatamento na região. Não por acaso, pastos exauridos são ocupados justamente por essa cultura que está submetida a uma moratória – que veta o financiamento e a aquisição da soja cultivada em áreas desmatadas do bioma Amazônia a partir de julho de 2008. O boi desmatou, a soja ocupa. Em 2017, houve a maior ocupação em cinco anos.

Como outras commodities, porém, a soja está muito mais presente no prato da balança comercial do que sobre a mesa dos brasileiros: das 115 milhões de toneladas colhidas em 2017, 78% foram para a China. Segundo o IBGE, 70% dos alimentos consumidos no país vêm da agricultura familiar, e a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário informa que temos 4,4 milhões de agricultores familiares, responsáveis por 38% da produção agropecuária brasileira e por empregar 74% da força de trabalho. O agronegócio é dominado pela monocultura extensiva de poucos produtos, usa muitas máquinas e insumos químicos, tem foco no mercado externo e recebe crédito maciço do governo, enquanto a agricultura familiar é dedicada à policultura e à produção de alimentos, emprega mais gente e não é tratada com a mesma generosidade pelo Estado.

Quando falamos em fome no mundo, soluções relacionadas a esta segunda forma de produção – como, por exemplo, a permacultura – se mostram não somente mais baratas, como sustentáveis em termos socioambientais, não somente na agricultura, mas também em outras formas de se produzir alimentos. No fundo, é tudo uma questão de definir prioridades – e de não deixar comida no prato.

Saiba mais:

Desmatamento no cerrado é economicamente irracional

Receita para reduzir perda e desperdício de alimentos

Food loss waste protocol (Relatório de perda de alimentos para o lixo)

R$ 7 bilhões em comida jogados no lixo

Lei que proíbe jogar alimentos fora vira exemplo mundial

Pecuária é responsável por 65% do desmatamento da Amazônia

Soja é responsável por apenas 1% do desmatamento na Amazônia

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Avanço da soja em áreas de desmatamento na Amazônia é o maior em cinco anos

Quem produz os alimentos que chegam à mesa do brasileiro?

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