A alma ancestral do Brasil

A alma ancestral do Brasil

Para o professor Roberto Gambini (Premio Jabuti em 2009, cientista social e analista junguiano), as raízes da sensibilidade indígena na alma brasileira são o melhor indicador de um futuro criativo e genuinamente nosso.

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Ninguém é imune às ameaças climáticas

Ninguém é imune às ameaças climáticas

Ninguém está imune às ameaças climáticas, nem mesmo os ricos e famosos. Os cantores Neil Young e Miley Cyrus e o ator Gerard Butler (foto) tiveram de abandonar seus lares. Empurrados pelo aquecimento global, os incêndios na Califórnia saíram da floresta e chegaram às cidades. Mais de 4o mortes já foram confirmadas.

Lady Gaga aprendeu com grandeza essa lição. Ela se voluntariou à Cruz Vermelha para aliviar o sofrimento de quem, como ela, perdeu sua casa para o fogo. Assim agem os ídolos: botando a mão na massa e conscientizando os fãs.

Via Folha de S.Paulo​

Foto: Gerard Butler

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Mudanças de rumo no clima

Mudanças de rumo no clima

O Brasil se juntou no ano passado a um importante esforço planetário pelo clima ao ratificar o Acordo de Paris. Mas as palavras do documento assinado por Michel Temer parecem ter voado ao sabor do vento. Desde então, seu governo retirou recursos do Ibama, cortou pela metade a Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, e planeja uma redução similar em Unidades de Conservação no Amazonas. Mudanças de rumo que no futuro irão se refletir no clima.

O pior, no entanto, ficou mesmo com a questão indígena.

A lista de ações temerárias vai da tentativa do ex-ministro da Justiça e hoje ministro no STF, Alexandre de Moares, de mudar o rito de demarcações à nomeação do ruralista Osmar Serraglio como seu sucessor no Executivo.

Em carta publicada hoje, Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, na Folha de S.Paulo, Carlos Rittl, do Observatório do Clima, explica ao presidente que o Brasil precisa inverter os atuais rumos de sua agenda ambiental.

Vamos torcer para que a missiva permaneça sob sua atenção e não seja mais uma a criar asas e voar para longe das decisões de Brasília.

Foto: Fato Curioso

Leia a carta: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/03/1866927-presidente-precisamos-falar-sobre-clima.shtml

Belo Monte atropelou o bom senso

Belo Monte atropelou o bom senso

O documentário “Belo Monte: Depois da Inundação”, de Todd Southgate, responde às indagações feitas em 2011 pelo Movimento Gota D’Água.

Em 2011, o Gota D’Água já alertava que a usina de Belo Monte custaria R$ 30 bilhões. E mais: que 80% deste valor seria pago com o dinheiro do contribuinte. E que parte desses dinheiro seria desviado pela corrupção. Para construir a usina, o governo atropelou direitos e o ambiente.

Brasil do futuro é o da biodiversidade

Brasil do futuro é o da biodiversidade

A vontade da urna é soberana; e o desejo que se manifestou foi o de construir um Brasil diferente e grande. Mas, ao contrário do que alguns poderiam supor, essa vontade não é incompatível com o modelo econômico que países mais desenvolvidos começam a adotar. A bola está conosco. A responsabilidade do país com o futuro do planeta é imensa. Ninguém tem tanta água, biodiversidade e capacidade de gerar energia limpa quanto nós. Essas três riquezas não só movimentarão a economia do novo mundo que se avizinha, como serão fundamentais para a nossa sobrevivência enquanto espécie.

Que tal se o país chamasse para si a responsabilidade de conduzir as grandes mudanças pelas quais passaremos inevitavelmente? É o que o mundo espera de nós. Isso já acontece naturalmente: ninguém torce contra o Brasil. De que forma? Por exemplo: um dos motes da campanha do presidente eleito foi a proteção à família; que tal, então, pensarmos em nosso papel em escala global? Temos o mesmo DNA, a Humanidade é uma grande família. Não é somente uma crença de muitos, a Ciência laica também assegura.

Partindo dessa ideia, podemos expandir outros conceitos que se saíram vitoriosos na campanha à Presidência – beneficiando não só a nós, como a nossos irmãos de planeta. Como segurança, integridade territorial e combate à corrupção. Sobre este último, não custa lembrar que Uma Gota no Oceano nasceu de um movimento que questionava a construção da Usina de Belo Monte, hoje alvo da Operação Lava Jato. Desenvolvimento sustentável também é segurança: nunca devemos nos esquecer que na pior tragédia ambiental do Brasil, em Mariana, morreram 19 pessoas junto com o Rio Doce.

Apesar de as sombras do desvio de dinheiro público e da ineficiência energética rondarem esse tipo de empreendimento, o futuro presidente já manifestou sua vontade de retomar o projeto de construir hidrelétricas na Amazônia. Como ele já mudou de ideia antes – como a de tirar o Brasil do Acordo de Paris e fundir os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura – vamos torcer para que o bom senso prevaleça novamente. Até por outras questões de ordem prática: com a taxa de desemprego batendo a casa dos 13,6%, não dá para relevar o fato de que hoje a energia solar é a que mais gera empregos no mundo no setor: só em 2017 foram criados 3,4 milhões de novos postos de trabalho, segundo a Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena).

O conceito de segurança pública, tão presente ao debate eleitoral, não deve ser reduzido simplesmente ao combate à violência urbana e no campo. É preciso pensar também em segurança alimentar e hídrica. Precisamos produzir comida mais saudável para todos e garantir que tenhamos água doce no futuro. As previsões são catastróficas: até 2030, 40% das reservas hídricas do planeta podem simplesmente evaporar. Mas só o recém-descoberto Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga) tem água para abastecer todo o planeta por 250 anos.

Quando defende afrouxar o licenciamento ambiental e o uso de agrotóxicos, o presidente eleito acaba expondo a população a mais riscos. Imaginem um desastre como o que vitimou o Rio Doce acontecendo no coração da Amazônia? Querem construir 43 barragens na Bacia do Tapajós. O rio, o último grande afluente da margem direita do Amazonas que ainda corre livre, é guardião de uma das maiores biodiversidades do planeta. Só de vegetais, são mais de 1.400 espécies diferentes. Essas plantas, muitas delas endêmicas, podem servir em breve tanto como matéria-prima para produtos biodegradáveis quanto para curar doenças. Em nome de que vamos arriscar a sua segurança?

O Brasil perdeu 71 milhões de hectares de vegetação nativa em 30 anos. Ninguém cuida melhor de nossas matas do que os povos tradicionais: as Terras Indígenas (TIs) são as mais preservadas do país. Pouco simpático à causa no início de campanha, o futuro presidente parece ter reavaliado sua opinião. Em entrevista que concedeu a uma indígena, transmitida pela Internet, estava sorridente e bem-falante; mas, talvez por não ser um especialista, não prometeu nenhum direito que povos originários já não tivessem. Exceto um: o de poder vender suas terras.

Curiosamente, uma das preocupações do então candidato sobre a questão indígena era a de que temia que o Brasil se fragmentasse em diversos países, dada uma alegada autonomia que os povos originários teriam em relação aos seus territórios. Só que segundo o artigo 20 da Constituição de 1988, TIs são bens da União e, conforme o 231, não podem ser vendidas ou cedidas. Então, nossa integridade territorial está garantida – estes artigos foram escritos justamente com este objetivo. Então o presidente eleito tem uma coisa a menos para se preocupar. Bola pra frente? O mundo conta com a gente.

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