abril 2017 | Belo Monte
A licença de operação da usina de Belo Monte, no Pará, foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Pela decisão da Justiça, o reservatório da hidrelétrica não poderá ser formado até que o sistema de saneamento básico de Altamira (PA) seja concluído.
Essa era uma condicionante da operação do projeto e deveria ter sido entregue em julho de 2014. Como várias outras, ficou ao léu.
Sem saneamento, a população local corre risco de contrair doenças nas águas que se elevam junto com o reservatório.
A suspensão não causa dano à economia, pois o linhão que transmitirá energia ao Sudeste não está pronto. É o praxe de Belo Monte, aliás.
Algoz de longa data do povo xinguano, a Norte Energia se vê agora inimiga de si mesma. Sua inação lhe esgota a própria energia. Será que o monstro olhará além do girar da turbina?
Via: Ministério Público Federal – MPF
Foto: Fernando Cavalcanti/VEJA
Saiba mais: https://www.mpf.mp.br/regiao1/sala-de-imprensa/noticias-r1/trf1-suspende-licenca-de-operacao-de-belo-monte
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março 2017 | Alternativas Energéticas
A biodiversidade da Amazônia é tão grande que ainda há todo um mundo desconhecido escondido em recantos da floresta. O Museu Paraense Emílio Goeldi começa a publicar neste mês revelações sobre 600 espécies vegetais pouco ou nada conhecidas que recobrem as áreas de cangas da Serra de Carajás, no Pará.
Uma delas é a lepidaploa paraensis, a linda flor que ilustra este post.
Amparado em pesquisas do mesmo museu feitas na década de 1970, o estudo atual reúne mais de 70 botânicos em torno de uma investigação genética fundamental para a recuperação da biodiversidade afetada pela mineração de Carajás.
A descoberta de um recife de corais na foz do Rio Amazonas e, agora, a revelação de centenas de espécies de plantas no sudeste paraense são os reforços mais recentes a favor da preservação da Amazônia. Tanto pelo que sabemos, quanto pelo que desconhecemos.
Via: Estadão
Foto: Pedro Viana
Saiba mais: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-desvendam-600-plantas-amazonicas,70001715087
março 2017 | Área de preservação ambiental, Desmatamento
Da mula-sem-cabeça ninguém mais tem medo, mas há lendas que ainda insistem em assombrar o campo. Nos últimos dias, dois mitos rurais brasileiros foram ao solo: o de que há excesso de terra protegida no país e o de que sem agrotóxico não se produz alimento suficiente para saciar a fome do planeta. O primeiro, foi derrubado pelo recém-publicado Atlas da Agropecuária Brasileira, da Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora); o segundo, exorcizado por um relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Mesmo assim, ainda há os que neles creiam e persistam em evocá-los. A informação é a nossa bala de prata.
Segundo o relatório da ONU, é possível alimentar as 9,6 bilhões de seres humanos que habitarão o planeta em 2050 sem o uso de agrotóxicos. O segredo está na redução da pobreza e da desigualdade. Além disso, estima-se que os pesticidas matem 200 mil pessoas por ano. O Brasil é o maior consumidor mundial do veneno, mas há quem ache pouco: o próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, é autor do Projeto de Lei (PL) 6299/2002, que propõe a flexibilização da legislação sobre o uso de agrotóxicos. A sociedade civil, porém, já começa a reagir a essa insensatez: partiu dela o PL 6670/16, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara). A proposta prevê mais de cem medidas para limitar o uso de pesticidas e herbicidas e garantir um ambiente sadio para se produzir comida de qualidade.
A bancada ruralista briga no Congresso para fatiar a Amazônia e entregá-la ao agronegócio, mas a verdade é que tem terra suficiente no país para plantar e criar boi. O Atlas da Imaflora aponta que, em números absolutos, as áreas protegidas cobrem 27% do território nacional, enquanto as grandes propriedades ocupam 28%. É bem verdade que por lei o proprietário deve preservar a vegetação natural em parte de suas terras; por outro lado, o desmatamento em áreas protegidas vem crescendo – dobrou de 2012 para 2015. A devastação do verde, infelizmente, não é apenas um mito.
março 2018 | Cerrado
O Cerrado é a nossa central de abastecimento de água: lá nascem oito das 12 principais bacias hidrográficas do Brasil. Também é a savana mais rica em biodiversidade do mundo: são mais de 12.500 espécies de plantas (das quais, mais de 7.300 endêmicas), mil espécies de peixes e mais de 250 mamíferos.
E está sendo destruído à incrível velocidade de cerca de 9.500 km² por ano. Enquanto foram devastados 9.483 km² de Cerrado em 2015, a Amazônia encolheu 6.207 km². Desde 1970, perdemos 47% do bioma, para a monocultura e os pastos. Em nome de que arriscamos essa biodiversidade e a nossa água?
Via El País Brasil
Foto: Tony Winston/Agência Brasília
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março 2017 | Alternativas Energéticas
Tem muito café, guaraná e castanha-do-brasil vindo de sistemas agroecológicos na Amazônia. Esse é o trabalho de centenas de agricultores familiares na Cooperativa de Produtores Rurais Organizados para Ajuda Mútua (Coocaram), em Ji-Paraná (RO), no meio da floresta.
Existe uma parceria com os povos indígenas e seringueiros da região para comercializar a castanha, com certificação orgânica e contribuição para a conservação de milhões de hectares de floresta.
Ou seja, comércio justo e preservação são combinados para fornecer produtos saudáveis e de qualidade garantida.
Exemplo para o país.
Via: Conexão Planeta
Foto: Pacto das Águas
Saiba mais: https://conexaoplaneta.com.br/blog/cafe-agroecologico-e-solidario-na-amazonia-brasileira/