Refugiados do clima e do descaso

Refugiados do clima e do descaso

Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o número de refugiados e deslocados no mundo atingiu 65,6 milhões de pessoas no ano passado, um crescimento de 300 mil na comparação com 2015 (saiba mais aqui). Por trás de cada refugiado geralmente há um ato de violência, direto ou indireto. E ele não precisa estar fugindo de conflitos armados. Hoje, pode-se dizer isso, inclusive, de vítimas de catástrofes naturais. O descaso com o meio ambiente é uma forma de violência – e das mais destrutivas.

Hoje é o Dia Mundial do Refugiado, dia para a gente se lembrar que atualmente as mudanças climáticas estão entre as maiores responsáveis pelos fluxos migratórios. Em 2014, calcula-se que houve 19,3 milhões de refugiados climáticos no mundo, conforme o último relatório do Centro de Monitoramento de Deslocados Internos (IDMC). Já a Acnur estima que serão aproximadamente 250 milhões até o fim do século. O ano de 2016 foi o mais quente da História e caso a temperatura do planeta continue a subir, o número de fenômenos climáticos extremos crescerá no mesmo ritmo: foram registrados 750 em 2016, contra uma média de 590 casos nos últimos dez anos. 

A política desenvolvimentista adotada há cerca de uma década no Brasil, aliada à negligência e à ganância, gerou dois casos emblemáticos de refugiados socioambientais, que são refugiados em seu próprio país. A exploração desmedida de nossos recursos naturais causou a tragédia de Mariana e abandonou à própria sorte a população da região do entorno da Usina de Belo Monte. A área inundada para encher o reservatório da hidrelétrica foi de 500 quilômetros quadrados, o tamanho da cidade de Curitiba. Com a inundação, cerca de 10 mil famílias do município de Altamira tiveram que deixar para sempre suas casas, que muitas vezes abrigaram gerações. O número de indígenas afetados direta ou indiretamente na região chega a 20 mil. O vazamento da barragem de Samarco/Vale que matou o Rio Doce deixou 303 famílias desalojadas.

Essas pessoas não perderam somente suas casas, mas também suas identidades culturais – no caso dos povos indígenas, dá para se falar em etnocídio. E caso nada seja feito, casos como estes podem se tornar comuns. Só ao longo do Rio Amazonas há 140 barragens em funcionamento ou em construção e outras 428 estão planejadas. E a qualquer momento pode ser aprovado no Congresso o Projeto de Lei que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental. A licença de instalação da mineradora canadense Belo Sun à beira do Xingu no momento está suspensa, mas a decisão pode ser revertida; até hoje, a Samarco/Vale sequer pagou um centavo dos R$ 344,8 milhões em multas aplicadas pelo Ibama, que autuou a empresa 23 vezes. Imaginem o que está por vir. Por isso é preciso resistir e reagir.  

Foto: Getty Image

 

Reduzir o desmatamento rende bilhões

Reduzir o desmatamento rende bilhões

Que tal lucrarmos 70 bilhões de dólares até 2030? Para isso precisamos reduzir o desmatamento e, assim, ganharmos créditos de carbono florestais.

Mas o que significa isso? A partir de 2020, quando o Acordo de Paris entrar em prática, o Brasil poderá usar suas florestas como commodities, ou seja, matéria prima. Mas para isso precisamos ter florestas de pé. Assim, cumprimos nossas metas no Acordo e ainda lucramos.

O estudo foi feito pela Environmental Defense Fund (EDF), baseado em estimativas de preços futuros do carbono. Uma das importantes fontes de receita dessa equação é o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).

Esse mecanismo foi criado para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal. Entre eles estão a conservação e o aumento de estoques de carbono florestal e o manejo sustentável de florestas.

Os pagamentos são realizados de acordo com o volume de redução que a atividade promoveu, medidos em toneladas de CO2.

Via: Época

Saiba mais em: https://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/06/reducao-do-desmatamento-pode-render-beneficios-de-us-70-bilhoes-ate-2030.html

Foto: Mundo Estranho

Não há acordo com Trump

Não há acordo com Trump

O clima esquentou entre Donald Trump e o resto do mundo. Bastou o presidente americano, com maior índice de rejeição dos últimos 40 anos, retirar o país do Acordo de Paris para mudanças climáticas, que diversos países emitiram nota de repúdio e preocupação com sua atitude. Durante o anúncio, Trump disse que vai renegociar a entrada dos EUA no tratado, desde que haja mudanças nas regras. Para Alemanha, Itália e França não haverá renegociação.

Ao menos quatro estados, 70 grandes cidades e multinacionais, inclusive petroleiras americanas, já confirmaram que irão manter os acordos firmados em Paris.

A atitude do presidente desagradou não só outras nações como próprios americanos, incluindo sua filha Ivanka, que foi contra a atitude do pai, que coloca em xeque a liderança mundial americana, e até mesmo sua promessa de “fazer os EUA grandes novamente”.

Via: O Globo

Saiba mais em: https://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/donald-trump-retira-eua-do-acordo-de-paris-sobre-clima-21423570

Foto: Reuters

Inundações à vista

Inundações à vista

Onda, onda, olha a onda! O aumento de 5 a 10 centímetros no nível do mar pode mais que duplicar a frequência de inundações nas regiões litorâneas já em 2030. E isto pode acontecer mesmo se o Acordo de Paris for cumprido e a temperatura média aumentar no máximo 1,5 ºC.

Essas são as conclusões de um estudo da Universidade de Illinois, nos EUA. Segundo a pesquisa, a frequência e o impacto das inundações serão maiores justamente onde a alteração do nível da água tende a ser menor, como nas regiões tropicais.

No Brasil, a elevação do nível do mar deve aumentar a frequência de inundações especialmente no Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Via: Observatório do Clima

Saiba mais em: https://www.observatoriodoclima.eco.br/inundacoes-costeiras-podem-dobrar-em-2030/

Foto: Márcia Foletto

Fumaça mortal

Fumaça mortal

Óleo diesel mata. E não é pouco. Só em 2015 foram mais de 38 mil mortes relacionadas a queima do combustível fóssil, associada ao câncer de pulmão, e doenças dos sistemas respiratório e cardíaco. Detalhe: este número é de apenas 11 países que mais consomem diesel no mundo e o Brasil está incluído.

Cientistas comprovaram que há uma diferença enorme entre as emissões registradas em testes de certificação e nas emissões reais de veículos, que ficaram 45% acima dos limites previstos. Isso para atmosfera também é péssimo, gerando gases que contribuem para formação da chuva ácida, aquecimento global e mudanças climáticas.

Via: Observatório do Clima

Saiba mais em: https://www.observatoriodoclima.eco.br/diesel-matou-38-mil-em-2015-diz-estudo/

Foto: The Himalayan Times

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