A imagem acima pode deixar de ser meramente ilustrativa. Uma nova ferramenta desenvolvida pela Nasa tenta prever como 293 cidades portuárias do mundo – entre elas Rio de Janeiro, Recife e Belém – serão afetadas pelo derretimento das geleiras nas regiões continentais polares do mundo.
Usando imagens do satélite Grace, sabe-se que o mar subiu na capital fluminense aproximadamente 3,03 mm por ano até 2015. E apesar de a cidade ficar bem mais próxima da Antártida, 30% desse aumento vêm do derretimento da neve da Groenlândia, no Ártico.
Caso continuemos de braços cruzados, é bom o carioca ir preparando as galochas.
Maio e junho em clima de forno de microondas. Segundo o último relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para o clima, recordes de temperatura foram batidos na Europa, no Oriente Médio, no norte da África e nos Estados Unidos.
Para a OMM, temperaturas acima dos 40°C ajudaram a queimar a região de Pedrógão Grande, em Portugal. Nos EUA, os termômetros chegaram a marcar 49°C. E no fim de junho, foi registrada a temperatura da história em Ahvaz, no Irã (foto), não por acaso uma das cidades mais poluídas do mundo: 54°C. De fritar ovo na sombra.
Tem um iceberg do tamanho do Distrito Federal à deriva no oceano. Se ele derreter, vai tudo por água abaixo, pois o nível do mar pode subir 10cm; felizmente, a possibilidade de isso acontecer (ainda) é muito pequena.
O bloco de gelo de 6 mil km² se desprendeu da plataforma Larsen C, na Antártida. A rachadura já existia há décadas, mas vinha crescendo com maior velocidade desde dezembro.
Segundo os cientistas, as mudanças climáticas podem ter acelerado o processo.
Batemos mais um recorde: a concentração de CO₂ na atmosfera atingiu a 410 partes por milhão em abril. Nos 250 mil anos de existência do Homo sapiens, nunca havíamos chegado perto desse valor. Há 60 anos, quando começaram as medições, estávamos em 315 ppm.
Segundo as evidências, a última vez o carbono bateu os 400 ppm foi há 3,5 milhões de anos. A temperatura era 3º C mais alta do que hoje e o nível do mar, 20 metros mais elevado. Isso derreteu geleiras, além de provocar eventos climáticos extremos e a extinção de espécies. O que aconteceu naquela época por causas naturais, hoje se deve ao modelo de desenvolvimento que adotamos depois da Revolução Industrial. Em nome de que arriscamos causar a nossa própria extinção?
Com o degelo, a Antártida pode sofrer uma invasão de vida. E isso não é uma boa notícia. O aumento de tamanho da zona habitável do continente (hoje, 0,5% de sua área) levará espécies invasoras à região, podendo causar a extinção das nativas.
O estudo de pesquisadores australianos, publicado na revista Nature News and Comment, foi o primeiro a avaliar os impactos das mudanças climáticas na biodiversidade antártica.
Duas espécies endêmicas, o pinguim-imperador e o pinguim-de-adélia, já começam a migrar de habitat. São os mais novos refugiados climáticos do planeta.