Uma herança ameaçada

Nem as melhores bênçãos garantem a preservação. Uma reserva florestal de 39 mil hectares, criada com o apoio da freira americana Dorothy Stang, foi invadida há um mês por cerca de 200 famílias e está sendo rapidamente desmatada. A missionária foi assassinada há 12 anos justamente por sua militância em defesa da preservação da Amazônia.
A reserva fica no município de Anapu, sudoeste do Pará. Chamada Projeto do Desenvolvimento Sustentável Virola-Jatobá, ela pertence à União e tem como objetivo a exploração recursos da floresta de maneira sustentável, tanto para o meio ambiente quanto para as famílias da região, que dela tiram o seu sustento. A polícia suspeita que os invasores sejam grileiros. Nada mais é sagrado.
Via BBC Brasil
Foto: Catholic Ecology
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Mãozinha para sobrevivência

Mãozinha para sobrevivência. As tartarugas da Amazônia estão entre as espécies preferidas dos caçadores, atrás de seus couro e carne. Para complicar, apenas 1% dos filhotes sobrevive. Para contrabalançar tanta desvantagem, pesquisadores e voluntários do Parque Estadual do Cantão, no Tocantins, vigiam as praias do rio Araguaia e levam as tartaruguinhas recém-nascidas para um local protegido na água, onde passam 30 dias, protegidas dos predadores e com alimentação garantida. A ideia é que, uma vez livres, pelo menos 13% delas sobrevivam. Conscientizar é reforçar esse esforço.

 

Via Jornal Nacional
Foto: Fabíola Dias/Naturantis
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Brasil é o país que mais desmata

Brasil é o país que mais desmata

A Amazônia está sendo ilhada. O Brasil lidera a lista dos países que mais desmatam, segundo a Places to Watch, uma nova iniciativa da ONG Global Forest Watch, que monitora florestas do mundo inteiro, via satélite. Atrás de nós vêm República Democrática do Congo, Indonésia e Papua Nova Guiné.

Desde outubro e só no no território dos Kayapó, foram abaixo mais de 50 mil hectares de árvores, o que dá 50 mil campos de futebol. Trocamos a bola pela motosserra?

Via Público

Foto: Daniel Beltrá

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A mineração ainda ronda a Amazônia

A mineração ainda ronda a Amazônia

Da Serra Pelada, que tinha 150 m de altura, sobrou um lago de 24 mil m² e 200 m de profundidade contaminado por mercúrio. A extinção da Reserva Mineral de Cobre e seus Associados (Renca) voltou a ser discutida na Câmara e as leis que flexibilizam o licenciamento ambiental e as regras para a mineração continuam rondando o plenário. Convém seguirmos atentos. Os defensores da atividade argumentam que ela causa bem menos prejuízos ao meio ambiente do que a agropecuária. Pode até ser, mas ainda assim, os danos são consideráveis. 

“Hoje há discussão de que precisa flexibilizar o licenciamento. Mas o que precisa é de mais regras, não menos”, diz Daniela Gomes, da Fundação Getúlio Vargas. Na conta do estrago não costuma entrar, por exemplo, a explosão populacional das regiões exploradas e o descumprimento dos atenuantes previstos, como a recuperação das áreas devastadas. É preciso botar tudo na balança, pois há coisas que não têm conserto, nem nunca terão.

Via UOL

Foto: Sebastião Salgado

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Biodiversidade amazônica

Biodiversidade amazônica

É muita vida em jogo: uma em cada dez espécies conhecidas de animais e vegetais do planeta são nativas da Amazônia. E essa biodiversidade não cansa de nos surpreender: há duas semanas, o WWF-Brasil e o Instituto Mamirauá divulgaram um novo relatório, no qual apresentam ao mundo mais 381 espécies. Só nesse dia a gente ficou sabendo da existência do macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo, apenas mais um dos 34 tipos de macacos zogue-zogue. Os dados foram coletados num período restrito somente a dois anos: 2014 e 2015. Então há de se supor que tem muito mais bicho e planta escondida na região. Lá, podemos encontrar desde a cura para diversas doenças a, quem sabe, novas fontes alternativas de energia.

Como o Brasil abriga 60% da Floresta Amazônica, é nosso dever defender esse patrimônio genético. Reluzente como ouro, o recém-descoberto sapo Pristimantis imthurni pode ser tão ou mais valioso do que o rico metal. A gente acaba de ganhar um round, com o governo sendo obrigado a adiar seus planos de abrir a região à mineração. A extinção da Renca mexeu com corações e mentes e nos uniu em torno de uma mesma causa. A petição Todos Pela Amazônia rapidamente arrecadou mais de 1,5 milhão de assinaturas, as pessoas foram às ruas e às redes sociais para se manifestar.

Mas ainda temos muita luta pela frente: a Floresta Nacional do Jamanxim continua em risco e as mais diversas ameaças pairam sobre o Código Florestal no Congresso. O texto da lei assinada pelo deputado ruralista Mauro Pereira (PMDB/RS), que flexibiliza o licenciamento ambiental, apresenta conteúdo inconstitucional e pode levar o país ao caos jurídico. Ele, por exemplo, concede aos Estados o direito de criarem suas próprias legislações sobre o tema. Isso causaria um verdadeiro leilão de facilidades que jogaria contra o meio ambiente. O projeto ainda possibilita a dispensa de licenciamento para atividades agropecuárias, a criação do licenciamento autodeclaratório e a flexibilização das exigências ambientais. Se aprovada, a proposta deixa o país mais vulnerável a tragédias semelhantes a de Mariana (MG).

Foram 216 novas espécies de plantas, 93 de peixes, 32 de anfíbios, 19 de répteis, 18 mamíferos e dois mamíferos fósseis da Amazônia. São pássaros como o Tolmomyias sucunduri uma pequenina ave que vive em pares, cujo nome, do grego, significa “papa-moscas ousado do Sucunduri”, e o Hypocnemis rondoni, passarinho bom de gogó batizado em homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon; Inia araguaiaensis, um novo tipo de boto; e o Microcaecilia marvaleewakeae, uma nova espécie de cobra-cega. 

E a importância da floresta não se resume à sua biodiversidade, é claro: ela também leva umidade para toda a América do Sul, influencia no ciclo de chuvas de boa parte do continente e contribui para estabilizar o clima do planeta. Sem os chamados rios voadores choveria bem menos no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul do Brasil, e também na Bolívia, no Paraguai, na Argentina, no Uruguai e em parte do Chile. Faltaria água para ao agronegócio. Os grandes produtores rurais deveriam ser os primeiros a se preocuparem em preservá-la. 

Vamos manter a mobilização. A onda verde não pode quebrar.

Assine a petição

E baixe o relatório da WWF e do Instituto Mamirauá

 

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