“Porque não existe Plano B, essa é a mãe de todas as lutas, a luta pela mãe Terra”. Convidada pela cantora e ativista Alicia Keys para subir ao Palco Mundo do Rock in Rio (em 17/9/17), Sonia Bone Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mandou a sua mensagem para o planeta.
Foi um momento histórico, de arrepiar. A tentativa de extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) uniu todas as bandeiras em torno da causa da preservação da Amazônia, e ecoou Brasil afora. Porque esta luta não é só dos povos indígenas, mas de todos que se preocupam com o bem-estar da Terra e com o legado que deixaremos para as gerações futuras.
A febre do ouro faz mal à floresta. Um mapa interativo descortina o garimpo ilegal em seis países amazônicos – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela – e aponta os impactos socioambientais da atividade.
Elaborado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada, o mapa faz saltar aos olhos 2.312 pontos e 245 áreas de extração de minerais. E indica Unidades de Conservação e Terras Indígenas, sob ameaça do garimpo. Pelo mapa, fica-se sabendo que a Venezuela é a campeã de pontos de mineração ilegal. O Brasil está sem segundo lugar. A febre é só o sintoma de uma doença. No caso, a cobiça.
O documentário “Belo Monte: Depois da Inundação”, de Todd Southgate, responde às indagações feitas em 2011 pelo Movimento Gota D’Água.
Em 2011, o Gota D’Água já alertava que a usina de Belo Monte custaria R$ 30 bilhões. E mais: que 80% deste valor seria pago com o dinheiro do contribuinte. E que parte desses dinheiro seria desviado pela corrupção. Para construir a usina, o governo atropelou direitos e o ambiente.
Em 15 de novembro de 2011, foi lançado um vídeo manifesto, É a Gota D’Água, questionando a maior e mais polêmica obra do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) do governo brasileiro: a Hidrelétrica de Belo Monte no Pará, que custou mais de R$ 30 bilhões e tem sua eficiência questionada por especialistas.
O Xingu é um rio de grandes variações e durante oito meses por ano praticamente seca. O rio também guarda a maior sociobiodiversidade da Amazônia. Em uma semana, a campanha reuniu um milhão de assinaturas e entrou para história da Internet.