Em Santa Maria se faz, em Santa Maria se paga. A Justiça Federal do Rio Grande do Sul condenou a União a pagar indenização a famílias da cidade gaúcha, por uso irregular de agrotóxicos.
O delito aconteceu numa área que pertence à Aeronáutica e foi arrendada para o cultivo de soja. A vitória dos santa-marienses do bairro de Camobi pode abrir um importante precedente. Brincar com a saúde alheia pode custar caro.
Mais terra, menos gente e mais veneno. Segundo o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, em 11 anos a área ocupada por propriedades rurais no Brasil cresceu 16,5 milhões de hectares, o equivalente ao estado do Acre. Mas isso não significou mais geração de empregos: com a mecanização da produção, 1,5 milhão de trabalhadores deixaram o campo.
Para piorar, também aumentou a concentração de posse: eram 5,17 milhões de propriedades em 2006 e 5,07 milhões em 2017. Essas terras ocupam 41% da área do Brasil. Neste período, o uso de agrotóxicos aumentou 21,2%, como tabém cresceu o número de agricultores que os usam. E ainda querem nos convencer a derrubar mais floresta e que a gente engula a PL do Veneno. Em nome de quê?
Uma pesquisa do Greenpeace Brasil com alimentos de um fornecedor das escolas municipais do Rio de Janeiro detectou uso irregular de agrotóxicos em 45% das 20 amostras analisadas. É espantoso: duas amostras de couve revelaram a presença de metamidofós, um pesticida proibido no Brasil desde 2012. Já uma amostra de pimentão continha sete agrotóxicos diferentes. Iniciativas como o ensino de horticultura em escolas e o estímulo à agricultura familiar são alternativas para mudar esse perigoso cenário. Merenda envenenada é inadmissível. Via: O Globo Foto: El País Brasil Saiba mais: https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/analise-encontra-presenca-irregular-de-agrotoxico-em-merenda-escolar-do-rio-20299321
Subsídio mortal. Os dados são da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde: em 2017, foram registrados 4.003 casos de intoxicação por agrotóxicos em todo o país, quase 11 por dia, sendo que 164 pessoas morreram. Em dez anos esses números praticamente dobraram: foram 2.093 casos em 2007.
No ano passado, 157 pessoas ficaram incapacitadas para o trabalho por causa da intoxicação; outras tiveram câncer ou impotência sexual. Agora o Supremo Tribunal Federal julga uma ação para acabar com a isenção de impostos sobre agrotóxicos – zero de IPI desde 2011. O Brasil não é o maior consumidor do produto à toa. Mas o barato sai caro.
O Aedes aegypti é uma praga, mas o combate ao mosquito pode causar um dano ainda maior.
Está tramitando no congresso uma emenda que visa a liberação do uso de aviões para pulverizar inseticidas sobre áreas urbanas.
Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o Brasil já é o maior consumidor mundial de agrotóxicos.
Entre 2011 e 2015, eles causaram mais de 56 mil casos de intoxicação.
E, se gente não fizer nada, o veneno que chega às nossas mesas poderá cair diretamente sobre nossas cabeças!
Assine a petição: https://secure.avaaz.org/en/petition/Presidencia_da_Republica_Veto_a_emenda_que_permite_pulverizacao_aerea_nas_cidades/