A Imperatriz Leopoldinense vai levar para a Avenida o enredo “Xingu – O Clamor Que Vem da Floresta”, que fala das ameaças aos povos indígenas brasileiros, como a destruição florestal e disputas por terras.
O samba virou alvo de uma reação articulada do agronegócio. Os ruralistas estão divulgando notas de repúdio à escola e ao seu desfile.
O carnavalesco Cahê Rodrigues explica: “Não é uma história inventada, é real”. E o enredo só quer despertar o respeito à sabedoria dos povos tradicionais.
O agronegócio não tem dívidas apenas com o meio ambiente. A Oxfam apurou que 4.013 pessoas físicas e jurídicas proprietárias de terra no país devem R$ 906 bilhões à União.
Mas os produtores rurais são alvo de benefícios do governo que dão desconto de 65% para o pagamento de dívidas acima de R$ 1 milhão.
Um texto que implode o licenciamento ambiental pode entrar a qualquer momento na pauta da Câmara, sob protesto do ministro Sarney Filho e da sociedade civil, mas com apoio da bancada ruralista.
O velho agronegócio, alheio à adimplência fiscal e aos impactos do desmatamento, quer uma #LicençaParaDesmatar. Não passarão!
Os ministros Sarney Filho (Meio Ambiente) e Blairo Maggi (Agricultura) receberam uma carta do Observatório do Clima (OC) manifestando preocupação com declarações do último na COP22, em Marrakesh.
O ministro afirmou que a agropecuária precisa de US$ 40 bilhões até 2030 para cumprir compromissos do Brasil sob o Acordo de Paris.
A carta do OC esclarece que, apenas em 2016, o Plano Safra destinou R$ 202 bilhões ao setor, cuja inadimplência histórica é de cerca de 5%.
Ou seja, há verba para financiar as ações climáticas na agropecuária. Basta que os agricultores paguem suas dívidas com a União.
Está na hora de ambientalismo e agricultura caminharem juntos.
A vaca não está indo pro brejo na Europa porque ele secou. Na Suíça, helicópteros estão sendo usados para levar água para o gado. O calor também está matando peixes no Rio Reno e as consequências para a agricultura também estão sendo catastróficas.
Os russos preveem uma queda de 20% na colheita de trigo este ano; na Alemanha, 8 milhões de toneladas das 31 milhões devem se perder. O agronegócio alemão deve ter um prejuízo de US$ 1 bilhão; na Suécia, 35% da produção de cereais foi perdida. Vamos continuar pastando para as mudanças climáticas?
Mais terra, menos gente e mais veneno. Segundo o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, em 11 anos a área ocupada por propriedades rurais no Brasil cresceu 16,5 milhões de hectares, o equivalente ao estado do Acre. Mas isso não significou mais geração de empregos: com a mecanização da produção, 1,5 milhão de trabalhadores deixaram o campo.
Para piorar, também aumentou a concentração de posse: eram 5,17 milhões de propriedades em 2006 e 5,07 milhões em 2017. Essas terras ocupam 41% da área do Brasil. Neste período, o uso de agrotóxicos aumentou 21,2%, como tabém cresceu o número de agricultores que os usam. E ainda querem nos convencer a derrubar mais floresta e que a gente engula a PL do Veneno. Em nome de quê?