Damos pouco valor à nossa maior riqueza. O Brasil é depositário de 20% da água potável do mundo, mas gastamos em média seis litros para gerar R$ 1 no PIB do país. E segundo o IBGE, quem mais gasta é justamente quem menos rende: o agronegócio.
O setor gera R$ 11 para cada mil litros. O desperdício no setor é grande: pode chegar a 80% em perdas por evaporação. Em nome de que não procuramos formas de não jogar tanta água – e dinheiro – fora?
As imagens de Sebastião Salgado valem mais do que mil palavras, mas sempre vale a pena ouvir o que ele tem a dizer. Segundo um dos mais renomados fotógrafos do mundo, reflorestar um hectare de terra desmatada custa R$ 25 mil; e sem a participação de indígenas e ribeirinhos na preservação de rios e matas, esse dinheiro ainda seria jogado fora.
Salgado participou do seminário “Água, Vida e Direitos Humanos”, promovido pela Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Ele defendeu o acesso à água como direito humano, com destaque para a preservação de nossos recursos hídricos. Salgado apresentou o esboço de um projeto para um novo modelo econômico para a Amazônia. Dá um close nele.
A crise hídrica não respeita fronteiras, nem condições socioeconômicas. Como a Cidade do Cabo, na África do Sul, que está ficando totalmente sem água, outras dez metrópoles do mundo seguem pelo mesmo caminho.
De São Paulo a Istambul (foto), passando por Londres, Cairo, Moscou e Pequim, as fontes estão secando, por motivos aparentemente diversos: mas na origem de tudo está a nossa incapacidade de cuidar com responsabilidade dos recursos naturais do planeta. Não adianta chorar: não há lágrimas suficientes para encher o Cantareira.
Um equipamento desenvolvido nos EUA promete gerar água potável a partir da força do vento. O WaterSeer, feito para instalação no solo, consiste em uma pequena turbina eólica, filtros, um condensador e um reservatório. No operação, o ar externo é direcionado à câmara de condensação do equipamento e se transforma em água. Em situações ideais, é possível produzir até 37 litros por dia. Um oásis para deserto nenhum botar defeito. Saiba mais: https://ciclovivo.com.br/noticia/painel-solar-giratorio-gera-20x-mais-energia-que-paineis-comuns/ Foto: Divulgação Via: CicloVivo
Sinal amarelo. Cientistas alemães descobriram que os fragmentos de pneus deixados nas estradas estão contaminando a água: eles são carregados pela chuva e chegam aos lençóis freáticos.
E pneus não são feitos só de borracha, mas também de metais pesados, como zinco, cádmio e chumbo. Ninguém quer andar a pé, então talvez seja uma boa ideia pisar no freio para pensar numa saída, antes de entrarmos num beco sem saída.