O paulistano ainda pode sentir saudades de 2014 e 2015. O Sistema Cantareira está com nível abaixo do que estava nessa época do ano em 2013, que precedeu o apagão d’água na maior cidade do país. E o pior é que ainda não entramos no período da seca.
Para termos de comparação, em junho de 2013 o nível do reservatório estava a 58,1%; agora, baixou para 45,5%. O governo de São Paulo garante que não há motivos para preocupações, mas estudiosos e ambientalistas já ligaram o alerta. Prevenir é melhor do que remediar. Em nome de que vamos nos arriscar a não fazer nada?
Acreditem: este é o leito do Rio Paracatu, em Minas Gerais. Em alguns trechos, é preciso deixar o barco de lado e seguir a pé. Ele está sumindo não só por causa da seca que castiga sem dó a região, como também pela captação clandestina de água, para irrigação de lavouras, e o desmatamento de suas margens. Mais de três milhões de pessoas dependem diretamente dele.
O Paracatu é o maior afluente do São Francisco, fornecedor de 26% de sua água. Ele é vital para a recuperação do Velho Chico. É preciso fazê-lo correr.
Não é ficção científica: o Paquistão pode ficar completamente sem água num futuro próximo, daqui a apenas sete anos. A crise hídrica no país é fruto de uma soma de fatores que vão das mudanças climáticas ao desperdício.
O que acontece no Paquistão não é diferente do que acontece na Cidade do Cabo, na África do Sul, a primeira grande metrópole do mundo a ficar sem água, ou no Brasil. Em nome de que nos arriscamos a um futuro tão aterrorizante?