A ciência salva

A ciência salva

Cansado de esperar providências, o povo nordestino está arriscando a própria saúde para limpar as praias da região. As universidades e instituições científicas também entraram em ação. Ainda não se tem certeza sobre a procedência do óleo, mas graças a pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já se sabe em que ponto do Atlântico ele foi despejado: da fronteira entre Sergipe e Alagoas, a uma distância de 600 km a 700 km da costa. Com essa informação é possível traçar planos de contenção. O importante é impedir que a poluição chegue ao litoral.

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) começa a fazer as contas do prejuízo. Biólogos da instituição examinaram a fauna marinha de praias do estado e detectaram metais pesados em peixes, crustáceos e moluscos. A população prefere não se arriscar, fazendo a renda de pescadores e marisqueiros cair 80%. “Ninguém compra nada. Nada. É um desespero. Eu preciso botar comida em casa, alimentar minhas filhas. Vou ter que comer esse marisco. Vou jogar fora? Não. Mas ninguém quer. O mar é um só, né?”, diz a catadora de mariscos Fabiana França, de Salvador. Mesmo que se limpe todo o litoral, só em 10 anos a região voltará ao normal. E mesmo que se contenha e se recolha todo o óleo derramado, resta um problemão: o que fazer com ele?

Marinha, Ibama e Petrobras não têm um plano definido. O governo de Pernambuco contratou uma empresa que está armazenando os resíduos num aterro em Igarassu, a cerca de uma hora do Recife. Até agora foram 1,3 mil toneladas de óleo e objetos contaminados pela substância, como baldes, luvas e máscaras. O material passa por uma triagem e em seguida é triturado e vendido como combustível para indústrias de cimento. Mas a UFBA está desenvolvendo um projeto para dar um destino mais ecológico ao óleo. A ideia é reusá-lo como material de construção. A técnica desenvolvida pela universidade consiste em transformar o petróleo num tipo de carvão granulado que pode ser usado como mistura para asfalto ou blocos de construção.

Há 3 anos, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encarou um desafio parecido e uma solução semelhante. Além de toda destruição e das mortes que causou na região de Mariana, o rompimento da barragem da Samarco deixou 35 milhões de m³ de rejeitos tóxicos de saldo. O que fazer com esse lixo? Pesquisadores da instituição criaram uma técnica para fazer tijolos e cimento a partir da lama. A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) desenvolveu um estudo paralelo e calculou que com 500 toneladas de resíduos seria possível construir 40 casas de 40 m². E a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da USP e da Universidade Federal do ABC (UFABC) conseguiram fazer o que parecia impossível: transformar os resíduos em solo para a agricultura. O melhor é aprender com os erros para não repeti-los, mas é preciso ter um bom estoque de planos B na manga também. Por isso é tão importante investir em pesquisa.

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Óleo vaza na Baía de Guanabara

Óleo vaza na Baía de Guanabara

Os catadores de caranguejo no extremo norte da Baía de Guanabara de repente ficaram sem trabalho no último sábado. Milhares de litros de óleo foram derramados no Rio Estrela, que, bem próximo dali, deságua na Guanabara, à altura da cidade de Magé. O curso d’água e a baía tiveram seus mangues devastados naquela região.

Subsidiária da Petrobras, a Transpetro informou que foram despejados 60 mil litros de óleo. Ainda de acordo com ela, o vazamento foi resultado de um roubo de petróleo num duto. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) demonstrou, em nota, que tal número pode estar abaixo da realidade. “Essas informações ainda serão avaliadas pela equipe técnica do Inea”. Em janeiro de 2000, um vazamento numa das tubulações de um duto da Petrobras lançou sobre a baía 1,3 milhões de litros de óleo. As primeiras informações da empresa à época davam conta de muito menos.

Via Jornal do Brasil e O Globo

Foto Beto Herrera/Jornal do Brasil

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Fumaça mortal

Fumaça mortal

Óleo diesel mata. E não é pouco. Só em 2015 foram mais de 38 mil mortes relacionadas a queima do combustível fóssil, associada ao câncer de pulmão, e doenças dos sistemas respiratório e cardíaco. Detalhe: este número é de apenas 11 países que mais consomem diesel no mundo e o Brasil está incluído.

Cientistas comprovaram que há uma diferença enorme entre as emissões registradas em testes de certificação e nas emissões reais de veículos, que ficaram 45% acima dos limites previstos. Isso para atmosfera também é péssimo, gerando gases que contribuem para formação da chuva ácida, aquecimento global e mudanças climáticas.

Via: Observatório do Clima

Saiba mais em: https://www.observatoriodoclima.eco.br/diesel-matou-38-mil-em-2015-diz-estudo/

Foto: The Himalayan Times

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