A bicharada está invadindo o Rio de Janeiro. Ou seria o contrário? Outro dia, uma arara-vermelha, ave raramente vista em nossas florestas, foi vista sobrevoando a Avenida Rio Branco, no centro da cidade. Já teve até bicho-preguiça badalando pelo Leblon. Mas a verdade é que nós estamos invadindo a praia deles.
O Rio é uma cidade cercada de morros e florestas, habitat de uma rica fauna. Só que o cinza-concreto está invadindo cara vez mais o verde-árvore. E, desta forma, esta convivência tem se tornado cada vez mais frequente. Segundo bombeiros, 17 mil animais foram capturados no ano passado. O macaquinho da foto logo estará em liberdade, procurando por seu galho. Quando acharemos o nosso?
Gigantes pela própria natureza. Levantamento inédito mostra as árvores tamanho família que restaram na Mata Atlântica. Só sobraram 13% floresta, que já cobriu 15% do território nacional. Uma expedição percorreu 12,5 mil km em busca dessas últimas grandalhonas.
Infelizmente, a Mata Atlântica perdeu muito de seu vigor e árvores que realmente mereçam ser chamadas de gigantes – como o lendário Jequitibá do Brejão, com seus 40 metros, do solo à copa – hoje são cada vez mais raras. A floresta não encolheu só em extensão, mas também em altura.
O Procurador da República no Pará Felício Pontes diz que a principal ameaça aos direitos dos povos tradicionais é a PEC-215, que transfere do Executivo para o Legislativo o poder de demarcar Terras Indígenas.
Sonia Bone Guajajara, coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), explica porque lutar para ter sua cultura reconhecida é lutar por um direito, e não por um privilégio.