Nunca é feito à luz do sol, até nisso há desperdício: a Câmara Federal aprovou ontem, na calada da noite, o texto base da Medida Provisória 795/17, a MP do Trilhão, que concede mais benefícios fiscais à indústria petrolífera. Caso vire lei, o país deixa de arrecadar R$ 40 bilhões por ano e engata mais uma vez a marcha-ré do desenvolvimento sustentável, além de dar as costas para o Acordo de Paris.
Imaginem o que dá para fazer com essa grana: já dissemos aqui que com dez vezes menos, R$ 4 bilhões, é possível zerar o desmatamento; mas R$ 4 bilhões também é o que vai custar o Complexo Eólico Campos Neutrais, no Rio Grande do Sul, o maior da América Latina, que vai gerar eletricidade limpa para três milhões de pessoas. Nenhum outro país do mundo subsidia exploração de combustíveis fósseis como o Brasil. É coisa de mãe para filho. A quem isso interessa?
Estamos mal no quadro de medalhas do desenvolvimento sustentável. O Brasil já produz tanto lixo quanto um pais desenvolvido, mas ainda trata a sujeira à moda do Terceiro Mundo. Ou seja, conseguimos unir o pior dos dois mundos. A conclusão é de um relatório da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Cada brasileiro produz em média 387 quilos de resíduos por ano, mas cerca de 80 milhões de pessoas não têm acesso a serviços de tratamento e destinação final adequados do lixo. Mó sujeira! Via Revista Meio Ambiente Industrial Foto: Global Waste Saiba mais: https://rmai.com.br/brasil-gera-lixo-como-primeiro-mundo-mas-o-tratamento-ainda-e-de-nacao-subdesenvolvida/
Há um país de língua portuguesa, ensolarado e onde venta à beça, que vai usar isso para funcionar com energia 100% limpa e renovável até 2025. Lamentavelmente, não falamos do Brasil, mas de Cabo Verde. Os cabo-verdianos começam a pôr em prática as metas que estabeleceram quando assinaram o Acordo de Paris. Hoje, essa taxa é de 25%.
Mesmo sendo um dos menores países do mundo, Cabo Verde consome muita energia. Por isso, o projeto também inclui medidas para evitar o desperdício. O arquipélago africano também é um dos mais prejudicados pelas mudanças climáticas. Dizem que o Brasil é o país do futuro, mas Cabo Verde pode chegar lá bem antes.
A presidente do Ibama, Suely Vaz de Araújo, determinou o arquivamento do processo de licenciamento da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. O valente povo Munduruku venceu por todos nós! Sawe! O arquivamento se dá por razões legais, pois a usina alagaria Território Indígena e obrigaria remoção de aldeias, o que é proibido pela Constituição, mas também por falhas nos estudos de impacto ambiental. Foto: Dedé FGA Leia o artigo do Observatório do Clima e entenda porque temos muito a comemorar: https://www.observatoriodoclima.eco.br/lava-jato-recessao-e-indios-enterraram-o-projeto-insano-da-usina-do-tapajos/
Carreira de futuro: a energia renovável gerou mais de 500 mil novos empregos em todo o mundo em 2017. Agora, o setor dá trabalho a 10,3 milhões de pessoas.
Os dados são do último relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Segundo o órgão, a descarbonização da matriz energética global pode criar até 28 milhões de empregos até 2050. Um horizonte radiante para o planeta também.