Reduzir o desmatamento rende bilhões

Reduzir o desmatamento rende bilhões

Que tal lucrarmos 70 bilhões de dólares até 2030? Para isso precisamos reduzir o desmatamento e, assim, ganharmos créditos de carbono florestais.

Mas o que significa isso? A partir de 2020, quando o Acordo de Paris entrar em prática, o Brasil poderá usar suas florestas como commodities, ou seja, matéria prima. Mas para isso precisamos ter florestas de pé. Assim, cumprimos nossas metas no Acordo e ainda lucramos.

O estudo foi feito pela Environmental Defense Fund (EDF), baseado em estimativas de preços futuros do carbono. Uma das importantes fontes de receita dessa equação é o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).

Esse mecanismo foi criado para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal. Entre eles estão a conservação e o aumento de estoques de carbono florestal e o manejo sustentável de florestas.

Os pagamentos são realizados de acordo com o volume de redução que a atividade promoveu, medidos em toneladas de CO2.

Via: Época

Saiba mais em: https://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/06/reducao-do-desmatamento-pode-render-beneficios-de-us-70-bilhoes-ate-2030.html

Foto: Mundo Estranho

Os oceanos pedem socorro

Os oceanos pedem socorro

Os oceanos são importantes para a vida do planeta, tanto para os humanos quanto para os animais e plantas que nele habitam. Porém, eles estão sofrendo com a poluição e com as mudanças climáticas.

Pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, simularam uma rede alimentar marinha para analisar como as mudanças climáticas poderiam afetar o futuro do fornecimento de peixes para alimentação humana e a biodiversidade naquele ecossistema. O resultado não foi nada bom. Embora o aumento esperado dos níveis de dióxido de carbono (CO2) afete positivamente a produção de alimentos em vários pontos da cadeia, o aquecimento das águas dos oceanos cancelará esse benefício, causando estresse aos animais marinhos e evitando que eles usem de forma eficiente esses recursos abundantes para seu próprio crescimento e desenvolvimento.

Em outro estudo feito pelo Instituto Oceanográfico da USP, o pesquisador Marius Müller analisou amostras de espécies vegetais marinhas, os fitoplânctons, e concluiu que o aumento das emissões de gases CO2 feitas pela atividade humana, torna as águas menos alcalinas e prejudica a calcificação de fitoplânctons, podendo interferir na cadeia alimentar marinha. 

“A importância do fitoplâncton é pouco conhecida. Além de ser importante por ser a base da cadeia alimentar no ambiente marinho, ele é o responsável pela produção da metade do oxigênio que a população da Terra respira”, destaca o pesquisador.

E não é só com as mudanças climáticas que sofrem os oceanos. Um estudo realizado por pesquisadores da Associação Educacional do Mar de Woods Hole, em Massachussetts, foi descoberto que cerca de 8 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos por ano. “Durante muito tempo cultivamos a ideia de que o oceano é uma espécie de piscina de resíduos onde atiramos tudo que não queremos”, disse o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). “Isso precisa mudar.”

E, para quem acha que está pouco, estudos recentes têm demonstrado que a poluição sonora também é um problema gravíssimo que ameaça os oceanos com a destruição de ecossistemas e da biodiversidade. É um tipo de poluição invisível, menos documentada e que causa menos alarme, porém seus efeitos podem ser catastróficos.

O pesquisador Michel André, do Laboratório de Aplicações Bioacústicas da Universidade Politécnica da Catalunha, destacou que praticamente não há lugares nos oceanos sem contaminação acústica, o que se explica pelo aumento da atividade humana nos mares e porque as propriedades de propagação do som na água fazem com que viaje a uma velocidade cinco vezes maior do que o faria no ar.

São diversas as atividades humanas causadoras da poluição sonora submarina. A de maior impacto é a realização de sondagem acústica para realizar prospecção de petróleo e gás no subsolo marinho. O tráfego marítimo é outra causa importante, principalmente porque mais de 90% do transporte mundial de mercadorias é realizado por meio de navios.

É cada vez maior a preocupação com a proliferação desses sons, pois representa uma ameaça significativa para os ecossistemas marinhos e para a sobrevivência das populações de mamíferos, tartarugas, peixes e outros animais dos oceanos. Este tipo de contaminação coloca em risco particularmente os cetáceos – entre eles os golfinhos e as baleias – devido à sua fisiologia específica que depende de um sofisticado sistema de localização acústica para sua orientação, alimentação e reprodução. Suspeita-se inclusive, que os frequentes encalhes desses mamíferos sejam causados por desorientação de origem acústica.

O caminho da solução é a mobilização para obter uma maior consciência social acerca do problema e propor soluções. Nesse sentido há um movimento global visando a diminuição da contaminação acústica nos oceanos. Desde 2005 a Organização das Nações Unidas (ONU) classifica esse tipo de poluição como uma das cinco maiores ameaças para os mamíferos marinhos e em função dessa situação estabeleceu a redução e regulação da contaminação acústica do oceano como uma de suas altas prioridades.

Pensando em todos esses problemas enfrentados pelos oceanos e do tamanho da importância deles para a vida na Terra, vêm surgindo algumas ações que tentam minimizar esses efeitos negativos causados pelo homem. Uma delas é do jovem holandês Boyan Slat que tem um ambicioso plano de limpar o lixo plástico do oceano.

A estratégia do jovem de 22 anos, consiste em utilizar as correntes oceânicas para ajudar a recolher cerca de cinco bilhões de objetos de plástico das águas do oceano. O projeto pretende formar uma barreira de 100 km em forma de ferradura e ancorada no fundo do mar, por “uma frota de sistemas menores”, que se moverão presos a uma âncora flutuante, recolhendo lentamente o plástico ao efeito dos ventos e das correntes. Slat acredita que poderá remover 50% da placa de plástico do Pacífico no prazo de cinco anos.

O sistema terá um GPS e um aparelho de monitoramento que orientará os barcos que varrerão a área. O primeiro protótipo já está em produção na Califórnia. E um sistema já permitirá iniciar seu projeto dois anos antes do previsto e por um menor custo.

Pensando em todas essas questões que os oceanos vendo sofrendo e acrescentando sua importância para todos, a Organização das Nações Unidas (ONU) junto com a Fundação Global Brian realizou hoje em Nova York o primeiro Festival Mundial do Oceano, com uma marcha oceânica, com desfile de velejadores ao redor da ilha de Manhattan e ao longo de 10 milhas náuticas de East River. O festival antecede a Conferência das Nações Unidas que acontece ao longo dessa semana na sede da Organização na própria NY e vai abordar temas sobre proteção, conservação e uso sustentável dos oceanos e tem como principal objetivo estimular a população mundial a colaborar com a preservação dos mares. O encontro acontece uma semana após o presidente Donald Trump ter anunciado o abandono do Acordo de Paris por parte dos EUA, que vai atingir diretamente os oceanos.

 

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Fotos: Cultura Mix, Giulio Paletta, AP/J, USP Imagens

O Papa contra o petróleo

O Papa contra o petróleo

Intervenção divina. Em um encontro com mandachuvas das principais empresas de petróleo e gás do mundo, o Papa Francisco cobrou respeito ao meio ambiente. O Sumo Pontífice lembrou que dois anos e meio depois da assinatura do Acordo de Paris, as emissões de CO2 “continuam muito altas”.

“A civilização exige energia, mas o uso de energia não deve destruir a civilização”, disse ele. Hoje, até o papamóvel é elétrico. Ou seja, é um exemplo vem de cima.

Via Jornal do Brasil

Thomas Mukoya/Reuters

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