Um iceberg gigantesco pode se desprender a qualquer momento da Antártida e ficar à deriva. Uma rachadura imensa na plataforma de gelo Larsen C se alastrou tanto que o bloco de 5.000 km² está preso por apenas 20 km de gelo.
Uma eventual ruptura não aumentaria o nível dos mares, pois o bloco está sobre o oceano. Mas deixaria a plataforma Larsen C extremamente vulnerável.
É mais um perigo iminente que precisa ser encarado como um chamado para a ação.
O planeta já perdeu mais do que uma Índia em gelo polar este ano. Enquanto o sétimo maior país do mundo tem 3,29 milhões de quilômetros quadrados, o degelo equivale a 3,84 milhões de quilômetros quadrados.
E o derretimento atinge os dois polos. Tudo indica que 2016 será o ano mais quente da história.
O degelo na Antártida é mais perigoso para a Terra, pois está diretamente ligado à subida do nível do mar.
Uma comissão com 24 países e a União Europeia criará a maior reserva marinha do mundo para conservar as águas da Antártida.
A área de proteção englobará o mar de Ross, uma imensa baía no Oceano Pacífico apontada como o último ecossistema marinho intacto do planeta. Não há contaminação, sobrepesca ou espécies invasoras.
Por mais distante que a Antártica pareça estar, sua preservação é imprescindível para frear o derretimento de geleiras e a elevação do nível dos mares.
No combate às mudanças climáticas, cada gota conta.
Zero grau pode parecer frio pra caramba para o brasileiro, mas quem mora no norte da Groenlândia deveria estar curtindo um friozinho de -33°C. No último sábado, os termômetros marcaram 6°C, um calorão para os padrões locais. O Mar de Bering começa a descongelar em pleno inverno.
Em todo o Ártico e arredores, as temperaturas estão cerca de 20°C acima da média. E se esquenta de um lado, esfria de outro: este degelo na região polar está alterando a temperatura lá na Europa: a nevasca que atingiu Roma é consequência direta dela. O clima se equilibra numa corda bamba.
A imagem acima pode deixar de ser meramente ilustrativa. Uma nova ferramenta desenvolvida pela Nasa tenta prever como 293 cidades portuárias do mundo – entre elas Rio de Janeiro, Recife e Belém – serão afetadas pelo derretimento das geleiras nas regiões continentais polares do mundo.
Usando imagens do satélite Grace, sabe-se que o mar subiu na capital fluminense aproximadamente 3,03 mm por ano até 2015. E apesar de a cidade ficar bem mais próxima da Antártida, 30% desse aumento vêm do derretimento da neve da Groenlândia, no Ártico.
Caso continuemos de braços cruzados, é bom o carioca ir preparando as galochas.