A água está com falta de ar. É serio. Segundo um estudo publicado hoje na revista Science, a perda de oxigênio no oceano quadruplicou em 50 anos. O aumento da temperatura global e a poluição são os principais responsáveis pelo sufoco.
“Os principais eventos de extinção na história da Terra estão associados a climas quentes e oceanos com deficiência de oxigênio”, alerta a ecóloga marinha Denise Breitburg, do Smithsonian Environmental Research Center, uma das autoras da pesquisa. As tartarugas marinhas existem há mais de 150 milhões de anos. Será que a espécie sobreviverá à nossa falta de zelo com o planeta?
A ilha de lixo que flutua no meio do Pacífico já tem o tamanho da França. Então porque não transformá-la num país? A ideia inusitada partiu da ONG canadense Plastic Oceans, que lançou um abaixo-assinado que já tem mais de 100 mil assinaturas. Chamado Trash Isles (Ilhas de Lixo), ele tem moeda, bandeira, passaporte e seu primeiro cidadão honorário, o ex-vice-presidente americano e ambientalista Al Gore.
Pode parecer apenas uma piada para chamar atenção para a gravidade do problema, mas a iniciativa da ONG tem um lado prático: se for reconhecido pela ONU como o 196º país do mundo, as Ilhas de Lixo serão protegidas pelas leis ambientais internacionais. Logo, o lixo que a forma terá que ser eliminado. Uma ideia de não se jogar fora, hein?
Quer que a gente desenhe como a poluição por plástico ameaça a vida no planeta? A BBC Brasil fez isso em cinco gráficos. Por exemplo: como os cotonetes chegam ao mar, onde se fragmentam e acabam virando comida de peixe e outros bichos, envenenando-os aos poucos.
Calcula-se que desde os anos 1950 já foram produzidos 8,3 bilhões de plástico. Deste total, somente 9% foi reciclado e 12%, incinerado. O resto está por aí, e pode levar até 600 anos para desaparecer. O plástico mata tartarugas e aves marinhas, e quando vai para o bucho do peixe, acaba chegando indiretamente ao nosso. O pescador sabe: o mar devolve tudo.
A água está batendo nas canelas. Não vai ser igual ao cinema-catástrofe, será aos poucos, mas a preocupação dos cientistas não é exagerada: o nível do mar está subindo rápido, e temos muito a perder.
Ele subiu 20 cm no século passado e a velocidade tem aumentado desde os anos 1990, passando de 2,2 mm por ano em 1993 para 3,3 mm em 2014, segundo pesquisadores chineses, australianos e americanos.
Para se ter uma ideia, caso o mar suba 0,6 metro até 2070, cidades como Veneza, Tóquio, Nova York e Rio de Janeiro podem submergir. Não vai adiantar botar barreira no mar: tem é que barrar as mudanças climáticas.