janeiro 2018 | Alternativas Energéticas
“Fase de grandes hidrelétricas chega ao fim”, diz a manchete do jornal “O Globo”. Seria uma ótima notícia para começar o ano, caso não viesse a reboque um presente de grego: se por um lado, pesadelos como a construção da usina de São Luiz do Tapajós dificilmente voltarão a nos assombrar, por outro abre caminho para a proliferação das chamadas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
A razão é que sai muito mais barato construir uma PCH e é muito mais fácil tirar licenciamento ambiental para a obra, que pode ser conseguido em nível estadual, e não somente federal. Fora que chamam bem menos atenção. Então podemos trocar um problemão por milhares de probleminhas – e a soma deles pode ser ainda mais devastadora para os nosso rios.
Foto: Brennand Energia
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junho 2018 | Direitos indígenas
O ministro de Minas e Energia não deu um pio durante a greve dos caminhoneiros, mas quer cantar de galo contra os Waimiri Atroari. Moreira Franco quer lhes enfiar goela abaixo uma linha de transmissão em suas terras, sem seu consentimento.
Ele alega que a obra de “interesse da política de defesa nacional”, assim como fez a ditadura nos anos 1960, quando o povo Waimiri Atroari quase foi extinto na época da construção da Hidrelétrica de Tucuruí. Em nome de que permitimos que os direitos constitucionais dos povos indígenas sejam atropelados?
Via El País Brasil
Foto: Amazonia Real
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agosto 2016 | Amazonas, Direitos indígenas, Tapajós
A presidente do Ibama, Suely Vaz de Araújo, determinou o arquivamento do processo de licenciamento da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.
O valente povo Munduruku venceu por todos nós! Sawe!
O arquivamento se dá por razões legais, pois a usina alagaria Território Indígena e obrigaria remoção de aldeias, o que é proibido pela Constituição, mas também por falhas nos estudos de impacto ambiental.
Foto: Dedé FGA
Leia o artigo do Observatório do Clima e entenda porque temos muito a comemorar: https://www.observatoriodoclima.eco.br/lava-jato-recessao-e-indios-enterraram-o-projeto-insano-da-usina-do-tapajos/
maio 2018 | Alternativas Energéticas, Amazônia
Hidrelétrica em floresta é um mau negócio em todos os sentidos; está dando prejuízo até para seus acionistas. O consórcio que administra a Usina de Santo Antônio tenta negociar uma dívida de quase R$ 1 bilhão. O risco de falência é alto.
Se nem lucro está dando, em nome de que ainda apostamos num modelo de geração de energia do século 19? As construções das usinas de Santo Antonio e Jirau desalojaram 10 mil famílias no Acre e em Rondônia; e depois que começaram a funcionar, as enchentes no Rio Madeira se tornaram constantes, inundando cidades da região. Não tem lucro e todos nós dividimos esses prejuízos.
Via O Estado de São Paulo
Foto de divulgação
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abril 2017 | Belo Monte
Segundo Bel, uma agente de saúde indígena da tribo Juruna, na região da Volta Grande do Xingu (PA), desde que começou a ser instalada a hidrelétrica de Belo Monte, aumentaram os casos de hipertensão, diabetes e cálculos renais, e já surgiu um caso de obesidade em sua aldeia.
“Eu fui criada pelo meu pai comendo peixe com farinha. E estava criando meus filhos assim. A gente não precisava de muito dinheiro. Agora, que não tem mais peixe, a gente precisa de dinheiro. E as crianças estão comendo carne de boi e frango que a gente compra na cidade, enlatados, salsichinhas e miojo, que é o que mais tem por aqui. E estão adoecendo. O pacu, principal peixe da alimentação tradicional dos Juruna, quase sumiu. E aqueles exemplares que são pescados estão muito magros. O peixe mais presente na aldeia, neste momento, é sardinha em lata”, disse ela, em depoimento à jornalista Eliane Brum.
Os Juruna não têm mais rio, não têm floresta, não têm peixe e há grandes chances de não terem futuro.
Via: El País Brasil
Foto: Lilo Clareto
Saiba mais: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/03/opinion/1491235482_452762.html
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