Despoluição esgoto abaixo: dois meses do fim do atual programa de saneamento da Baía de Guanabara, o Estado do Rio só desembolsou 18% dos R$ 800 milhões tomados de empréstimo para recuperar parte do cartão-postal.
O governo estadual pede que o Ministério do Planejamento autorize a prorrogação do empréstimo para continuar as ações, todas atrasadas.
Mas, com o Rio afundado na crise fiscal, corremos o risco de ver naufragar mais uma tentativa de despoluir as águas fluminenses.
Nossa esperança de uma Baía limpa não pode ficar à deriva!
Sede da última Olimpíada, o Rio de Janeiro ainda não concluiu seu legado olímpico. Depois da cerimônia de abertura mais “verde” da história dos Jogos, 7 dos 9 projetos de saneamento e de recuperação do meio ambiente não foram finalizados.
É o que aponta um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Estas melhorias foram assumidas junto ao Comitê Olímpico Internacional, sendo de responsabilidade do estado e do município suas execuções.
Para o ministro do TCU Augusto Nardes, relator do processo, apesar do êxito na execução dos Jogos, “tanto o Rio de Janeiro como o Brasil perderam uma grande oportunidade de execução de diversas obras de melhoria do meio ambiente, sendo a principal delas, a despoluição da Baía de Guanabara”.
O 8º Fórum Mundial da Água deixou um legado olímpico: Paris vai despoluir o Sena para receber a competição em 2024. O tempo é curto, mas para os franceses é questão de honra que o rio receba competições esportivas no evento.
Já foi pior: nos anos 1970, apenas três espécies de peixes conseguiam sobreviver no Sena; hoje, são 33. Os cariocas ouviram a mesma promessa em relação à Baía de Guanabara, quando da realização da Olimpíada no Rio de Janeiro. Os parisienses pelo menos já têm meio caminha andado.