De Davos para o Cerrado: mais empresas multinacionais se comprometeram no Fórum Econômico Mundial a combaterem o desmatamento do segundo maior bioma brasileiro. Agora são 61, nomes de peso como McDonalds, Unilever e Walmart.
Entre 2013 e 2015, o Brasil perdeu em Cerrado o equivalente uma cidade de São Paulo a cada dois meses. Ele está desaparecendo para dar lugar à soja. Trocamos um ecossistema que responde por 5% da biodiversidade do planeta por um tapete verde estéril.
Com quase três milhões de hectares, o Mosaico do Jalapão foi oficialmente reconhecido e criado pelo Ministério do Meio Ambiente. Ele abrange unidades de conservação (UCs) na Bahia e no Tocantins, situadas no Cerrado. A estrutura recém-criada possibilita a gestão integrada de áreas como o Parque Estadual do Jalapão e a Área de Proteção Ambiental do Jalapão. A preservação da biodiversidade dessa região é vital. Lá estão nascentes de afluentes das bacias hidrográficas do Tocantins, do Parnaíba e do São Francisco, além de espécies em extinção. É um primeiro passo. Que a gestão seja eficiente! Via: Portal Amazônia Foto: Alex Venom Saiba mais: https://portalamazonia.com/noticias/mosaico-jalapao-em-tocantins-e-reconhecido-pelo-ministerio-do-meio-ambiente
A Chapada dos Veadeiros está sob grande risco. Por pressão de lideranças ruralistas, a Secretaria do Meio Ambiente de Goiás já havia conseguido que o Ministério do Meio Ambiente adiasse por 60 dias a assinatura do decreto que amplia o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros de 65 mil para 242 mil hectares, medida essencial para a preservação da biodiversidade do Cerrado. Agora, pede mais 180 dias de prorrogação para solucionar “pendências fundiárias” no Estado. As partes que barram a ampliação do parque ignoram que, para haver área agricultável, são necessários recursos que só existem graças à Chapada – não por acaso, conhecida como a “caixa-d’água do planalto central”. O Cerrado não pode esperar. A assinatura do decreto de ampliação é para ontem! Via Época e Rede Pró UC Saiba mais: https://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2016/09/ruralistas-querem-barrar-ampliacao-do-parque-nacional-da-chapada-dos-veadeiros.html
O Dia do Cerrado deste ano chega pouco depois da notícia de que que o bioma, o segundo maior do país, foi 50% mais devastado do que a Amazônia. Em 2015, ele perdeu cerca de 9,5 mil km². Mas nada de baixa-astral: foi em 2017 também que o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi ampliado; e é possível recuperar o Cerrado, sem nenhuma loucura envolvida.
O bioma já vem sendo recuperado, e não sai tão caro assim. A Aliança Cerrado, calculou que com R$ 395 milhões seria possível restaurar a flora do Distrito Federal até 2030. É só 3% destinado pelo governo local ao agronegócio nos últimos anos. Só lembrando que no Cerrado nascem oito das 12 mais importantes bacias hidrográficas do Brasil. Sem o Cerrado, simplesmente não tem água. Loucura seria perdê-lo.
Desmatar o Cerrado para plantar mais soja não é ruim apenas para o meio ambiente, mas para o bolso também. Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), chega a ser “economicamente irracional”.
O estudo aponta que 5,6 milhões de hectares da soja plantada no bioma estão em áreas inadequadas para a agricultura, por causa do clima e do solo. Isso dá 27% da área total. Em terreno fértil, a soja dá R$ 423 de lucro por hectare, enquanto em áreas desmatadas, cai para R$ 87. É uma questão de bom senso.