28 \28\America/Sao_Paulo fevereiro \28\America/Sao_Paulo 2018 | poluição
Leipzig engatou a primeira marcha: a corte federal alemã na cidade decidiu ontem (27/2) autorizar os municípios a proibirem a circulação de carros movidos a diesel com índice alto de poluição. Eles poderão por em prática a medida, mesmo que não haja uma lei nacional que a regulamente. Hoje foi Roma que anunciou que planeja proibir a circulação de veículos a diesel no centro, a partir de 2024.
As cidades alemã e italiana seguem o exemplo de Nova York, que vai processar indústrias petroleiras, acusando-as de serem responsáveis por prejuízos causados pelas mudanças climáticas. Às vezes, as grandes revoluções começam assim, pequenos passos dados aqui e ali. Por isso sempre dissemos: #CadaGotaConta!
É guerra: Nova York toma uma decisão histórica e vai entrar na Justiça contra as maiores petrolíferas do mundo, por causa dos efeitos das mudanças climáticas. A cidade também vai tirar dinheiro que investiria na indústria de combustíveis fósseis.
Nova York foi atingida pelo furacão Sandy em 2012 e tem sido vítima de constantes inundações. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, acusa as empresas de conhecerem os danos que causam ao clima e de mentirem para a população. Mais uma derrota dentro de casa para o presidente Trump.
Nunca é feito à luz do sol, até nisso há desperdício: a Câmara Federal aprovou ontem, na calada da noite, o texto base da Medida Provisória 795/17, a MP do Trilhão, que concede mais benefícios fiscais à indústria petrolífera. Caso vire lei, o país deixa de arrecadar R$ 40 bilhões por ano e engata mais uma vez a marcha-ré do desenvolvimento sustentável, além de dar as costas para o Acordo de Paris.
Imaginem o que dá para fazer com essa grana: já dissemos aqui que com dez vezes menos, R$ 4 bilhões, é possível zerar o desmatamento; mas R$ 4 bilhões também é o que vai custar o Complexo Eólico Campos Neutrais, no Rio Grande do Sul, o maior da América Latina, que vai gerar eletricidade limpa para três milhões de pessoas. Nenhum outro país do mundo subsidia exploração de combustíveis fósseis como o Brasil. É coisa de mãe para filho. A quem isso interessa?