O governo pretende tirar em breve do forno seus planos para facilitar a venda de terras no Brasil a estrangeiros. Aguardada com ansiedade por alguns membros da bancada ruralista, a mudança poderia reduzir o espaço para a demarcação de Terras Indígenas e a agricultura familiar, que produz hoje mais de 70% dos alimentos consumidos no país.
Há ainda um outro efeito colateral em jogo: a expansão da soja e da cana provocada pelo interesse estrangeiro no mercado global empurraria a pecuária ainda mais para a Amazônia, agravando a onda de desmatamento já em curso.
Será que vamos, mais uma vez, andar na contramão do clima?
12 \12\America/Sao_Paulo janeiro \12\America/Sao_Paulo 2018 | Agronegócio
O agronegócio ganha as manchetes e leva os tapinhas nas costas, mas quem bota comida na mesa do brasileiro ainda é o pequeno produtor. Segundo o IBGE, 70% dos alimentos consumidos no país vêm da agricultura familiar, que também gera 74% dos empregos no campo.
O agronegócio investe na monocultura, destrói o meio ambiente, é tocado por máquinas e foca no mercado externo: das 115 milhões de toneladas de soja colhidas no Brasil em 2017, 78% foram para a China. Em troca, recebe crédito maciço do governo, enquanto a agricultura familiar, que bota o feijão e o arroz em nossas mesas e é mais sustentável, fica com as migalhas.