De 7 a 11 de abril, Brasília recebeu a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), a maior mobilização indígena do Brasil, celebrando também os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Com o tema “APIB Somos Todos Nós: Em Defesa da Constituição e da Vida”, o evento reuniu mais de 7 mil indígenas de 150 povos de todas as regiões do país, com uma programação estruturada em cinco eixos temáticos voltados à defesa de direitos, fortalecimento da democracia e valorização das culturas indígenas.
Dentre os destaques, estiveram a luta contra o marco temporal, a defesa dos direitos constitucionais, e a importância da autodeterminação dos povos indígenas, um direito internacional que reconhece a garantia dos povos decidirem sobre seu próprio destino. Diversos outros debates também estiveram em pauta, como a apresentação do projeto Conexão Povos da Floresta, voltado à inclusão digital e fortalecimento de comunidades tradicionais, idealizado por COIAB, CONAQ e CNS. Além disso, lideranças representantes de Fundos Indígenas, incluindo Podáali, o FIRN, o Fundo Timbira e o Fundo Indígena RÛTI do Conselho Indígena de Roraima, mostraram que povos indígenas estão criando seus próprios mecanismos de financiamento direto, com governança autônoma e impacto nos territórios.
A marcha “Nosso Futuro Não Está à Venda”, que seguiu em direção ao Congresso Nacional, com presença de lideranças como o cacique Raoni Metuktire e as ministras Sônia Guajajara e Macaé Evaristo, simbolizou a força da mobilização indígena. Houve ainda encontros com parceiros estratégicos da Gota e a reafirmação de alianças com lideranças quilombolas.
O evento encerrou com a plenária “A Resposta Somos Nós”, focada na COP30, onde foi lançada a proposta de uma NDC Indígena, integrando saberes tradicionais às metas climáticas do Brasil. A criação da Comissão Internacional Indígena para garantir a participação deles na COP30 foi considerada um avanço significativo.
A carta final do ATL 2025 reforçou a união dos povos indígenas na construção de um futuro sustentável e justo, com destaque para a resistência, mobilização e protagonismo dessas populações na formulação de políticas públicas.
A Gota marcou presença com uma equipe diversa composta pela CEO, relações institucionais, especialista em metano, assessor de imprensa e a jornalista correspondente na CONAQ, reafirmando seu compromisso com a luta indígena e a transição energética justa.
