Biodiversidade sem fim?

Biodiversidade sem fim?

É verde que não acaba mais. A capacidade de a Amazônia nos surpreender é inesgotável: a cada dia nos apresenta um novo tom da cor. É uma biodiversidade sem fim. Pesquisadores do Centro Naturalis de Biodiversidade, na Holanda, identificaram 11.676 diferentes árvores na região. O número estimado de espécies amazônicas é de 16 mil; ou seja, ainda faltam quatro mil a serem descobertas. E estamos falando apenas de árvores: quando se tratam de vegetais menos, digamos, majestosos, o número de espécies não-catalogadas é ainda maior. Só na Serra do Carajás, no sudeste do Pará, foram descritos 600 tipos pouco conhecidos de samambaias, musgos e flores. A Floresta Nacional de Carajás tem 400 mil hectares; a Amazônia, 550 milhões.

A pesquisa, uma parceria do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Instituto Tecnológico Vale que envolveu 74 botânicos de 22 instituições brasileiras e do exterior, será publicado em três volumes da “Rodriguésia”, revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. “O bioma da floresta amazônica é o mais desconhecido do país. São 11 mil espécies descritas. A Mata Atlântica, uma tripa na parte leste do país, tem 15 mil espécies conhecidas”, diz a botânica Ana Maria Giuliette, uma das coordenadoras do projeto. Entre as espécies estudadas está a flor de Carajás, que corre risco de extinção. Como proteger este tesouro?

Quem dá a resposta é nada menos do que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo um estudo da instituição, publicado este mês na “Proceedings of the National Academy of Sciences” (a conceituada revista oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos), o desmatamento foi reduzido em 75% em regiões que passaram a ser oficialmente controladas por índios na Amazônia peruana. O BID usou dados fornecidos pelo Governo do Peru. Hoje, vivem no país cerca de 330 mil indígenas, que controlam cerca de 10 milhões de hectares de florestas no país. Projetos de monitoramento e preservação florestal costumam custar caro. Além de ser mais eficaz, deixar essas tarefas nas mãos de seus guardiões naturais é uma solução mais barata. Então, junte-se a nós nesse grito: demarcação, já!

Saiba mais sobre o estudo do BID: https://portalamazonia.com/noticias/como-a-concessao-de-terras-indigenas-tem-ajudado-na-manutencao-das-florestas

Novas flores da Amazônia

Novas flores da Amazônia

A biodiversidade da Amazônia é tão grande que ainda há todo um mundo desconhecido escondido em recantos da floresta. O Museu Paraense Emílio Goeldi começa a publicar neste mês revelações sobre 600 espécies vegetais pouco ou nada conhecidas que recobrem as áreas de cangas da Serra de Carajás, no Pará.  

Uma delas é a lepidaploa paraensis, a linda flor que ilustra este post.

Amparado em pesquisas do mesmo museu feitas na década de 1970, o estudo atual reúne mais de 70 botânicos em torno de uma investigação genética fundamental para a recuperação da biodiversidade afetada pela mineração de Carajás.

A descoberta de um recife de corais na foz do Rio Amazonas e, agora, a revelação de centenas de espécies de plantas no sudeste paraense são os reforços mais recentes a favor da preservação da Amazônia. Tanto pelo que sabemos, quanto pelo que desconhecemos.

Via: Estadão

Foto: Pedro Viana

Saiba mais: https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,cientistas-desvendam-600-plantas-amazonicas,70001715087

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