Em face às atuais manifestações antidemocráticas que bloqueiam estradas por todo o país, resgatamos um pouco da imensa sabedoria da ambientalista e agora deputada federal eleita Marina Silva fez há cerca de 20 dias. A profunda e abrangente reflexão sobre os princípios democráticos e sua forte relação com a proteção ambiental. “Defender a Amazônia, o Pantanal, a Caatinga, o Cerrado é um ato de legítima defesa”, ressaltou. A análise ocorreu durante a roda de conversa “Amazônia pela Amazônia”, no encontro anual da ONG Uma Gota no Oceano, no último dia 18 de outubro deste ano.
“Não é democrático um país que destrói recursos de milhares de anos para inúmeras gerações em função do lucro passageiro de poucas décadas e para poucos”, disse a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente e agora também cotada para assumir a mesma pasta no próximo governo Lula. Para Marina, uma política ambiental boa e democrática precisa ser transversal e construída a muitas mãos, com a participação da academia, dos movimentos sociais, das comunidades e dos empresários.
A estratégia, segundo ela, é única saída para fortalecer o sistema nacional de meio ambiente, completamente desestruturado durante a gestão Bolsonaro. “De 2003 a 2008 nós criamos 80% das áreas protegidas no mundo e em menos de quatro anos Bolsonaro foi responsável por destruir 1/3 de todas as florestas virgens no mundo. Nada vai mudar em um passe de mágica, mas em quatro anos nós podemos colocar as principais pilastras para um novo ciclo de prosperidade, de políticas de longo prazo em saúde, de educação, ciência e meio ambiente”, disse.