Outros olhares para o clima

setembro 2019

“Vamos precisar de todo mundo/um mais um é sempre mais que dois”. As mudanças climáticas são um desafio do tamanho do mundo: nenhum indivíduo, povo ou nação conseguirá enfrentá-lo sozinho. Como diz “O sal da Terra”, canção de Beto Guedes, somar forças é multiplicar. Este mês serão realizados nos EUA o Climate Action Summit 2019 e mais uma série de eventos preparatórios para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas de 2019 (COP25). Os povos indígenas foram convocados para participar. Um novo desafio requer outros olhares.

Ninguém é tão qualificado quanto eles para proteger as florestas, a principal barreira contra as mudanças climáticas. Por isso, o último relatório do IPCC da ONU afirma que garantir aos indígenas o direito às suas terras é uma das principais saídas para a crise global do clima. Não à toa também, desde a COP 24 eles têm assento permanente nas discussões sobre o clima. O Climate Action Summit 2019, que será realizado na sede da ONU, em Nova York, começa no dia 23; mas a largada da maratona climática será dada na semana que vem.

Nos dias 16, 17 e 18, cinco lideranças irão a Washington se encontrar com a sueca Greta Thunberg, criadora do Fridays For Future – movimento que tem incentivado jovens do mundo inteiro a cobrarem medidas mais efetivas dos governos de seus países contra o avanço das mudanças climáticas. A jovem ativista de 16 anos – que atravessou o Atlântico de veleiro – e os indígenas vão se juntar a congressistas e representantes da sociedade civil americana para debaterem os impactos do desequilíbrio climático no dia a dia dos povos tradicionais.

A Marcha pelo Clima de Nova York, ponto de partida da Greve Mundial pelo Clima, acontece no dia 20. O objetivo é pressionar os governantes para que sejam adotadas ações concretas contra essa crise. Na Esquina Comunitária, que faz parte da programação paralela oficial do Climate Action Summit, a Aliança Global Guardiões da Floresta – entidade que agrupa diversas associações de povos tradicionais – se reúne nos dias 20, 21 e 22 para debater temas como os incêndios na Amazônia, os desafios políticos das mulheres indígenas e a ameaça da mineração sobre as comunidades tradicionais.

Agora é para valer: António Guterres, Secretário-Geral da ONU, convocou os líderes mundiais a levarem para o Climate Action Summit projetos sólidos e realistas para reforçar seus programas de redução de emissões de gases do efeito de estufa até 2020. As metas assumidas no Acordo de Paris simplesmente não darão conta do recado. É preciso cortar até 45% na próxima década e chegar a zero até 2050. Não dá mais para postergar. Só temos este planeta para viver.

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