Cerca viva contra o calor

julho 2019

Uma cerca viva contra o calor. Segundo um estudo do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, o mundo precisa de 1,2 trilhão de árvores novas para conter as mudanças climáticas. Parece muita coisa, e é: dá quatro Amazônias. Ainda assim, ao lado de preservar, investir no verde é a forma mais segura de não deixar a temperatura do planeta subir demais. Essas árvores seriam capazes de absorver 205 gigatoneladas de carbono – um pouco menos do que as 300 gigatoneladas já emitidas pela Humanidade desde 1800. O reflorestamento poderia reduzir 2/3 do CO₂ na atmosfera do planeta.

No total, 11% das florestas tropicais destruídas do planeta poderiam ser recuperadas. É a solução com melhor custo-benefício para a redução de emissões de CO₂ e para a produção de água. Além disso, ajuda a melhorar a qualidade de vida das pessoas e a proteger a biodiversidade. A área total identificada pelos cientistas é de 100 milhões de hectares – o tamanho de Espanha e Suíça juntas.
Pelo Acordo de Paris, além das metas de combate ao desmatamento, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares até 2030 e até 15% das áreas degradadas até 2020.

Temos a maior área de florestas tropicais do mundo e, de acordo com um estudo internacional publicado na revista Science Advances, o país também é o que mais tem áreas adequadas para a restauração florestal. Foram levados em consideração na pesquisa não só aspectos físicos, mas também sociais e econômicos. A Mata Atlântica foi apontada como a região com maior área disponível e viabilidade do planeta. Ela cobre cerca de 15% do território brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Piauí. É onde vive 72% da população brasileira. Hoje, restam apenas 12,4% da área original da floresta, mas depois de muitos anos de luta, o desmatamento está regredindo. Segundo o Atlas da Mata Atlântica (uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre 2017 e 2018 ele caiu 9,3% em relação ao período anterior,2016-2071, que já havia sido o menor desde 1985.

A importância de sua biodiversidade acaba de ser reconhecida internacionalmente, quando a Unesco concedeu a Paraty e Ilha Grande, no Rio de Janeiro, o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. É o primeiro sítio misto do Brasil: incluiu bens culturais e naturais. A região tem cerca de 85% da cobertura vegetal nativa preservada, com diversas espécies raras e endêmicas. De símbolo da destruição de nossas florestas, a Mata Atlântica pode se tornar esperança de preservação.

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