Por mais representatividade racial na COP30
O Encontro Internacional “Vozes Afrodescendentes a Caminho da COP30”, realizado em Brasília (DF), reuniu lideranças negras de 09 países da América Latina e do Caribe com o objetivo central de fortalecer a mobilização e reivindicação por maior inclusão das comunidades afrodescendentes na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
O grupo integra a Coalizão Internacional de Territórios Afrodescendentes (CITAFRO), dando forma institucional e política a uma pauta histórica de justiça climática, reconhecimento étnico-racial e representatividade nos espaços de decisão ambiental global. Reafirmando a urgência de uma agenda climática que reconheça a contribuição histórica e o protagonismo dos povos afrodescendentes na preservação ambiental, além de defender a participação ativa das comunidades nos processos de decisão globais relacionados ao clima.
Participaram do evento representantes da Colômbia, Costa Rica, Equador, Honduras, Peru, República Dominicana, Uruguai, Venezuela e Brasil. No decorrer do encontro, também foram realizadas reuniões estratégicas com representantes do governo brasileiro. Entre as organizações envolvidas na articulação estão a Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e o Processo de Comunidades Negras (PCN).
Como resultado do encontro, a “Declaração de Brasília” destaca a urgência de participação direta de afrodescendentes rurais nas instâncias decisórias da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês), especialmente na COP30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).
A “Declaração de Brasília” denuncia os impactos desproporcionais da mudança do clima sobre essas comunidades e trata de reparações históricas por meio de políticas de justiça climática, racial e étnica. A carta é parte fundamental da jornada da CONAQ e organizações afrodescendentes da América Latina e Caribe rumo à COP30 O documento também reconhece o protagonismo das mulheres afrodescendentes na proteção da biodiversidade e na promoção da justiça de gênero, reivindicando ações concretas de valorização e proteção.