Rumo à COP 30: GOTA participa do encontro anual do Observatório do Clima para definição de plano estratégico e nova coordenação

15 de junho de 2023

Durante três dias, mais de 150 participantes representantes de 70 organizações diferentes estiveram presentes no Encontro Anual do Observatório do Clima, que aconteceu no interior de São Paulo. O evento foi pensado para validação do Plano Estratégico 2023-2026, eleição de novos membros da Coordenação e unificação de pauta entre os membros integrantes da rede com vistas à COP 30, que será realizada em Belém (PA), em 2025.

O desafio de “manter a relevância da pauta climática” em um novo cenário político, o engajamento da mesma junto à sociedade e a defesa da democracia como pressuposto para avanço da agenda socioambiental do país foram os principais pontos debatidos. Nesse sentido, o plano estratégico foi pensado para fortalecer a rede e dialogar com a sociedade civil. A facilitação do encontro foi feita pela organização Entremeios.

As discussões foram feitas em grupos temáticos a partir das provocações realizadas pela mesa de conversa com convidados de movimentos sociais para falar sobre o “Contexto político Nacional e Internacional”, composta por Andrea Bavaresco (IEB), Leonice Tupari (Coiab, AGIR, Podáali, ANMIGA), Francisco Kelvin (MAB), Joaquim Belo (CNS) e Denildo Rodrigues (Conaq) e mediada por Adriana Ramos. O debate trouxe a visão de cada um dos movimentos representados e os desafios para os próximos anos.

Leonice Tupari destacou a importância das mulheres à frente na luta pela vida uma vez que foram elas que garantiram o sustento nos territórios durante a pandemia que não contou com a ajuda do Governo. Por meio de iniciativas voltadas ao artesanato, entre outras, elas lideraram a busca de soluções. “O artesanato ajuda a manter a floresta em pé”, afirmou. Ela citou o IEB como referência em levar oficinas por meio digital, ajudando-as a no contato e domínio de novas tecnologias como ferramenta para a sobrevivência. Foi a primeira vez que uma indígena, representando a Coiab, participou de uma mesa em um evento da OC.

Os grupos debateram questões como “Quais estratégias para que a agenda de clima se articule com outras agendas do país?”; “Que ferramentas podem ser trabalhadas nos próximos anos dentro de cada um dos quatro macro-eixos definidos: Produção de conhecimento, Incidência Política, Incidência Internacional e Engajamento da sociedade?”; e “O que está por vir: discussões em temáticas – Base no conjunto de temas do Brasil 2045”.

Com quatro vagas abertas na Coordenação Geral do OC, foram eleitos, por aclamação, os quatro candidatos às vagas: Adriana Ramos, Andrea Bavaresco, Ane, Delcio Rodrigues para as quatro vagas disponíveis por aclamação da plenária. A comissão de eleição foi conduzida por Brenda Brito, que não irá se candidatar à reeleição, e Márcia Hirota, fundadora do LabOC.

“Quanto maior a rede, maior o desafio para mantê-la funcionando. Tem que saber que é preciso ter uma estrutura, mas que esta não é uma empresa fechada, que funciona somente por meio de um núcleo, o agitador é o próprio coletivo”. – Adriana Ramos

O OC é uma rede de entidades da sociedade civil brasileira voltada para a agenda climática, que se dedica à construção de um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável. No último ano, registrou a adesão de 17 novas organizações, chegando a mais de 90 membros, algo inédito que demonstra a urgência do tema, a importância da construção de estratégias em rede e o potencial da mesma. A rede foi fundada em março de 2002, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, com 26 organizações.