A Pré-Conferência sobre Racismo Ambiental, Eventos Climáticos Extremos e Justiça Climática, realizada pelo Instituto Duclima e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro em 19 de agosto, teve como objetivo principal criar um espaço de discussão sobre o racismo ambiental enfrentado por comunidades periféricas e suas consequências. Além disso, destacou a importância da ancestralidade na busca pela justiça climática e preservação ambiental. Cinco lideranças femininas quilombolas participaram do evento, enfatizando o papel das mulheres negras na luta contra o racismo ambiental.
O evento teve início com a diretora-executiva do Instituto DuClima, Naira Wayand, que ressaltou a importância de abordar o impacto desproporcional dos desastres ambientais em comunidades racialmente discriminadas. Ela também destacou a falta de um acordo eficaz de logística reversa no Brasil, que reduza o impacto ambiental causado pelas grandes geradoras de resíduos, garantindo o descarte correto de materiais após o uso do consumidor. O painel de abertura contou com a participação de figuras importantes, como o presidente do Comitê G20 e a Secretária de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, que discutiram a relevância do debate sobre racismo ambiental e justiça climática.
Durante o evento, o Manifesto da Pré-Conferência foi assinado, comprometendo as autoridades presentes com medidas para combater as injustiças climáticas e o racismo ambiental. Representantes de movimentos jovens e periféricos enfatizaram a necessidade de incluir as pessoas mais afetadas pelas questões socioclimáticas nas mesas de negociação, para que suas vozes sejam ouvidas.
Uma parte significativa do evento destacou a importância da ancestralidade como um fio condutor para uma transição justa e popular. Diversas lideranças, incluindo indígenas e quilombolas, discutiram a relação dos povos com a natureza e a necessidade de fortalecer seus territórios para efetuar mudanças significativas. A trágica morte da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico foi lembrada como um exemplo das consequências do racismo ambiental.
Em resumo, a Pré-Conferência sobre Racismo Ambiental, Eventos Climáticos Extremos e Justiça Climática foi um evento essencial para ampliar a conscientização sobre as questões de racismo ambiental e justiça climática, destacando a importância de dar voz às comunidades diretamente impactadas e promover mudanças significativas na abordagem das questões ambientais e sociais.