Instabilidade e variações ao longo do ano. Diante da avalanche de leis semeada pela bancada ruralista no Congresso, o estrago socioambiental foi até pequeno. Estrago real e muito maior quem mostrou, de fato, foi a natureza, revoltada com nosso descaso.
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Amazônia
Uma herança ameaçada
Uma reserva florestal de 39 mil hectares, criada com o apoio da freira americana Dorothy Stang, foi invadida há um mês por cerca de 200 famílias e está sendo rapidamente desmatada.
Mãozinha para sobrevivência
As tartarugas da Amazônia estão entre as espécies preferidas dos caçadores, atrás de seus couro e carne. Para complicar, apenas 1% dos filhotes sobrevive.
Xingu: do Paraíso ao Inferno
Imagina que você mora na sucursal do Paraíso e resolvem transformá-la numa filial do Inferno. Foi o que aconteceu com Gilliard Juruna, cacique da aldeia Muratu, na Volta Grande do Xingu. Desde que construíram a Usina de Belo Monte, bateu 18h todo mundo se tranca em casa para fugir dos mosquitos, que se multiplicaram de forma assustadora. Acabaram-se os cochilos na rede e as pescarias no fim da tarde e os banhos de rio no pôr-do-sol.
A mineração ainda ronda a Amazônia
Da Serra Pelada, que tinha 150 m de altura, sobrou um lago de 24 mil m² e 200 m de profundidade contaminado por mercúrio. A extinção da Reserva Mineral de Cobre e seus Associados (Renca) voltou a ser discutida na Câmara e as leis que flexibilizam o licenciamento ambiental e as regras para a mineração continuam rondando o plenário.
Biodiversidade amazônica
É muita vida em jogo: uma em cada dez espécies conhecidas de animais e vegetais do planeta são nativas da Amazônia. E essa biodiversidade não cansa de nos surpreender: há duas semanas, o WWF-Brasil e o Instituto Mamirauá divulgaram um novo relatório, no qual apresentam ao mundo mais 381 espécies. Os dados foram coletados num período restrito à somente dois anos: 204 e 2015. Então há de se supor que tem muito mais bicho e planta escondida na região. Aí podemos encontrar desde a cura para diversas doenças como até mesmo fontes alternativas de energia.
Rios voadores e outros bichos da Amazônia
Sabe o que o Brasil tem mais que qualquer outro país? Amazônia. Nosso território abriga 60% da maior floresta tropical do mundo. Uma em cada dez espécies conhecidas de animais e vegetais do planeta são nativas de lá. Já ouviu falar em rios voadores? Este fenômeno é responsável por levar umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile. Uma única árvore com copa de 10 metros de diâmetro pode mandar para a atmosfera mais de 300 litros vapor d’água por dia.
Mineração também assombra o Jamanxim
Não é só na região da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), entre Pará e Amapá, que áreas protegidas estão sob ataque para beneficiar a mineração. A Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no sudoeste do Pará, também está na mira. Depois de o governo apresentar ao Congresso, em caráter de urgência, o Projeto de Lei (PL) 8.107 para reduzir a proteção no Jamanxim, deputados ruralistas propuseram 12 emendas, ampliando a área afetada e tornando a proposta ainda pior: cerca de um milhão de hectares de áreas protegidas pode ser perdido – quase duas vezes o território do Distrito Federal. E quem serão os beneficiários? Invasores de terras públicas, desmatadores, madeireiros ilegais, garimpeiros e mineradoras.
Biodiversidade e responsabilidade
Saca os macacos zogue-zogue-rabo-de-fogo da foto? Pois é, até 2010 a gente não tinha a menor ideia de que existiam. A WWF-Brasil divulgou hoje um relatório em que apresenta ao mundo 381 novas espécies de plantas e animais da Amazônia. Pense numa biodiversidade e na nossa responsabilidade em proteger esse patrimônio. Assine a petição Todos pela Amazônia!
Andes ameaçam Amazônia
Basta um peteleco para causar um efeito dominó na biodiversidade da Amazônia. E além do Brasil, a região cobre mais oito países. A maior floresta tropical do mundo agora está sob ameaça de seis barragens que podem ser construídas nos Andes por nossos vizinhos. Segundo um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), as consequências seriam trágicas.
Hidrelétrica em floresta é um mau negócio
Hidrelétrica em floresta é um mau negócio em todos os sentidos; está dando prejuízo até para seus acionistas. O consórcio que administra a Usina de Santo Antônio tenta negociar uma dívida de quase R$ 1 bilhão. O risco de falência é alto. Se nem lucro está dando, em nome de que ainda apostamos num modelo de geração de energia do século 19?
O Brasil continua pegando fogo
Uma chama que, infelizmente, não se apaga: já foram registradas mais de 9 mil queimadas no país entre janeiro e maio, um número 12% maior que o mesmo período no ano passado. É um dado especialmente preocupante se levarmos em conta que as temporadas de incêndios dos dois últimos anos foram os maiores da história.
Desmatamento cai, mas floresta também
O governo anunciou a redução da taxa de desmatamento na Amazônia como um golaço, mas a floresta continua perdendo de 7 x 1 para a motosserra. A redução de 16% em relação ao ano passado ainda dá um buraco equivalente a mais de quatro cidades de São Paulo. “A queda de 16% em 2017 não compensa a subida de mais de 50% nos dois últimos anos”, diz Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Estamos vendendo barato a Amazônia
Faz-se qualquer negócio na Amazônia. A Universidade Federal do Amapá e pelo ICMBio publicaram um estudo inédito sobre atividades ilegais na região. De 2010 a 2015 foram registradas 4.243 ocorrências, em 118 Unidades de Conservação. O desmatamento ilegal ainda é o crime mais frequente: 47,4% casos, seguido pela pesca, caça e mineração.
O sagrado vínculo entre as águas e os povos tradicionais
Sagrado. É assim que os povos tradicionais veem os rios. Os rios que alimentam também purificam e renovam. Mas para isso, eles precisam ser livres. No entanto, nossas águas são castigadas por agrotóxicos, fertilizantes, pelos esgotos sem tratamento e pelos metais despejados por grandes empresas, refinarias e garimpeiros ilegais. Passamos do mês da água para o mês dos indígenas, representantes de povos tradicionais que sempre se dedicaram a cuidar dos nossos recursos naturais e que hoje lutam por seus direitos e buscam um diálogo maior com o governo federal.