🌿 Seminário Criadores de Refúgio, Guardiões do Futuro
💧 O Seminário “Criadores de Refúgios, Guardiões do Futuro”, realizado no dia 18, no Museu das Amazônias, em Belém (PA), foi um daqueles encontros que marcam a história. Um dia em que lideranças quilombolas, especialistas, organizações parceiras e sociedade civil sentaram lado a lado para afirmar, com força e afeto, que justiça climática só existe quando os territórios são reconhecidos, respeitados e colocados no centro das decisões.
Foram três painéis, todos moderados pela jornalista quilombola Thaís Rodrigues, que faz parte do time da Gota. Cada painel trouxe uma camada essencial dessa jornada pelo reconhecimento.
O Painel 1 – “Titulação: A Espinha Dorsal da Justiça Quilombola” reuniu Sandra Braga (Coordenadora executiva da CONAQ), Xifroneze Santos (Coordenadora executiva da CONAQ), Biko Rodrigues (Coordenador nacional da CONAQ) e Brenda Brito (Pesquisadora Imazon) em uma conversa profunda e necessária. A abertura lembrou que titulação não é concessão: é direito constitucional e a base da vida quilombola, além de ser chave para a justiça climática no Brasil. Os territórios quilombolas nasceram como refúgios de liberdade e resistência, construídos por pessoas escravizadas que criaram, em meio à violência, lugares de autonomia, cultura e futuro. Os dados da CONAQ e do Instituto Socioambiental (ISA) trouxeram a força da evidência: titular é proteger a biodiversidade e fortalecer a ação climática nos nove estados da Amazônia Legal.
O Painel 2 – “NDC Quilombola: Reparação e Compromisso com os Territórios Negros” trouxe Biko Rodrigues (Coordenador nacional da CONAQ), Robervone Nascimento (Consultora Tenure Facility) e Ciro Brito (Analista Sênior ISA) para apresentar a NDC Quilombola, construída pela CONAQ com apoio técnico do ISA. O documento, além de reivindicar que os quilombos estejam dentro das metas oficiais do Brasil no Acordo de Paris, nasce como um gesto de reparação, coragem e justiça climática. A mensagem é simples e poderosa: investir nos territórios negros é investir no clima, na soberania alimentar e na proteção dos bens comuns.
O Painel 3 – “CITAFRO, CONAQ e o poder do Caucus na construção da justiça climática” reuniu Gregoria Jiménez Amaya (CITAFRO), Jhonny Martins (Coordenador nacional da CONAQ) e Joaquim Belo (CNS) em um momento de articulação internacional. Na conversa, a importância de fortalecer a presença política da CONAQ no cenário global e o papel do Caucus Global de Comunidades Locais na UNFCCC. Foi um chamado ao mundo: a luta quilombola e afrodescendente é robusta, organizada e inegociável.
O encontro representa uma conquista fundamental e reafirma que os territórios quilombolas são refúgios vivos e protagonistas na construção de um futuro climático justo. Seguimos firmes para amplificar essas vozes, fortalecer a titulação e consolidar políticas que garantam autonomia e reparação.
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